Na guerra pela audi�ncia, Ibope aposta na internet

Publicada em 09 de Junho de 2014 �s 08h20

Ibope vai começar a medir a audiência de programas de televisão assistidos em computadores e tablets �Os �ltimos meses t�m sido especialmente dif�ceis para a televis�o aberta no Brasil. A concorr�ncia, antes distinguida apenas entre canais, mudou. H� um tempo a televis�o por assinatura se tornou a pedra no sapato dos canais abertos e, recentemente, ela passou a dividir espa�o com servi�os de streaming de conte�do, como a Netflix. Como resposta � perda de p�blico, as emissoras investem cada vez mais na inser��o de parte de sua produ��o em seus portais na internet e tamb�m em novos servi�os de streaming, pr�tica percebida pelo Instituto Brasileiro de Opini�o P�blica e Estat�stica (Ibope), que vai come�ar a medir a audi�ncia dessas exibi��es a partir de 2015. Imagem: ThinkstokClique para ampliarIbope vai come�ar a medir a audi�ncia de programas de televis�o assistidos em computadores e tablets Por meio de um sistema desenvolvido pela equipe da empresa, o Ibope vai fazer a contagem de cap�tulos de novelas, s�ries e programas da grade de televis�o assistidos em computadores e tablets, em sites como o YouTube, por exemplo, ou das pr�prias emissoras. Assim, se um espectador perder um epis�dio de uma novela no momento em que ele for exibido na televis�o convencional, mas assistir ao cap�tulo no portal da emissora, a visualiza��o ser� levada em conta por esse dispositivo. Apesar de parecer tardio, j� que � pr�tica comum sites de exibi��o de v�deos apresentarem contagem de visualiza��es, o projeto do Ibope funciona de uma maneira distinta de um contador da internet (ver box) e est� afinado com o de outras empresas no mundo. O estudo � similar ao iniciado recentemente em pa�ses como os Estados Unidos, pelo instituto Nielsen, e na �ustria e Holanda, pela GfK. Esta �ltima, ali�s, est� prevista para come�ar a operar no Brasil em 2015, e ser� a primeira concorrente do Ibope em medi��o de audi�ncia de televis�o. saiba mais Ministro do STF convoca audi�ncia para discutir racismo nos livros de Monteiro Lobato "Rebelde" vai investir em trama infantil para combater "Carrossel" Recupera��o de trecho Esperantina a Joaquim Pires � discutida em audi�ncia "Fant�stico" chega aos 2.000 programas com 38% a menos de p�blico "Rei Davi" bate recorde e vence "As Brasileiras" pela 1� vez Leia mais sobre Audi�ncia A amea�a da chegada da Gfk � um potencializador que levou o Ibope a atualizar seus servi�os. Entre as novidades da empresa brasileira est� a medi��o de audi�ncia de programas gravados por meio de smart TVs e pelos chamados set-top boxes, aparelhos que permitem conex�o � internet e armazenamento de conte�do da televis�o. Tamb�m, at� o final do ano, as exibi��es de programas de TV em smartphones ser�o integradas ao sistema de avalia��o empresa. A TV n�o morreu - Segundo Dora C�mara, diretora regional Brasil do Ibope, o interesse pela internet n�o indica a “morte” da televis�o convencional. �, antes, um complemento. “As pessoas t�m consumido televis�o por meio de diferentes telas. Portanto, as pessoas n�o est�o necessariamente migrando da TV, mas sim complementando o seu h�bito com outras alternativas e formas de consumo do conte�do”, afirma ela. Atenta a essa tend�ncia, a gigante Globo come�ou a mexer em seus h�bitos de distribui��o online. H� anos o canal disponibiliza programas e novelas na �ntegra somente para assinantes da Globo.com, com o custo m�nimo mensal de 12,90 reais. Aqueles que n�o pagam o servi�o s� podem degustar trechos da programa��o. Contudo, no final de abril, a emissora decidiu que os epis�dios do humor�stico T� no Ar: A TV na TV, de Marcelo Adnet e Marcius Melhem, fossem abertos ao p�blico em geral no site, uma poss�vel amea�a ao canal Porta dos Fundos, que domina o humor na internet e que, por sua vez, vai fazer o caminho inverso e se aventurar na TV convencional. Outras emissoras nacionais se comportam de maneira mais liberal com seu conte�do online. SBT e Band, por exemplo, disponibilizam quase toda a grade para o p�blico em geral. A exce��o fica por conta de atra��es cujos direitos de reprodu��o na internet n�o foram comprados, como filmes e programas estrangeiros. A inser��o de conte�do produzido pelas emissoras em suas p�ginas na internet busca, � claro, chamar a aten��o do telespectador para sua programa��o, o que, consequentemente, atrai anunciantes. Representantes da Globo, SBT e Band afirmaram ao site de VEJA que seus sites est�o inclusos em planos comerciais e a informa��o sobre o n�mero de acessos de um ou outro v�deo � utilizada para atrair propagandas. “Todos os planos comerciais dos programas da televis�o saem da emissora com a proposta online inclusa. E a ideia principal � oferecer a��es complementares, que comecem na TV e terminem na internet ou vice-versa. Os anunciantes gostam bastante dessa estrat�gia”, afirmou Eliane Leme, diretora-executiva do site da Band. Para Maria Immacolata Lopes, professora da Escola de Comunica��es e Artes da USP, a tend�ncia � que as emissoras trabalhem nas duas plataformas, a televis�o tradicional e a internet. “Enxergar a web como concorr�ncia n�o � uma verdade. Um meio n�o vai substituir o outro, os dois v�o conviver”, afirma. Segundo Chuck Tryon, professor de estudos de m�dia da Fayetteville State University, na Carolina do Sul, Estados Unidos, a TV comum ainda tem sua import�ncia. “� poss�vel que a transmiss�o tradicional seja substitu�da para certos tipos de programas. A Netflix atingiu grande sucesso com as s�ries Orange Is the New Black e House of Cards, mas as transmiss�es ao vivo – principalmente para as �reas de esportes, not�cias e eventos como o Oscar – ainda t�m papel importante na manuten��o da televis�o tradicional.” Soberania da internet – De acordo com Tryon, no entanto, grandes redes de televis�o, como a CBS e a NBC nos EUA e a Globo no Brasil, podem perder a import�ncia que costumavam ter para o espectador, que deve partir em busca de servi�os de streaming. A pr�tica de cancelar assinaturas de TV a cabo ou por sat�lite e permanecer apenas com servi�os de streaming se prolifera nos Estados Unidos. Um estudo realizado em abril de 2014 pela consultoria Experian Marketing Services mostrou que 7,6 milh�es de resid�ncias americanas deixaram de lado a televis�o por assinatura para consumir conte�do disponibilizado pela internet por empresas como Netflix – que n�o para de crescer e anunciou recentemente expans�o em sua opera��o no mercado europeu – e Hulu. Segundo o professor Chuck Tryon, h� chances de esse fen�meno ser observado em outros mercados, entre eles o brasileiro. “Essa tend�ncia se tornou muito comum nos Estados Unidos e pode ser seguida por outros pa�ses. H� mais chances de isso acontecer em lugares onde pacotes de TV a cabo ou por sat�lite s�o muito caros”, afirmou ao site de VEJA. No Brasil, por exemplo, pacotes de televis�o por assinatura chegam a valores na casa das centenas, enquanto a Netflix tem plano inicial pelo pre�o de 19,90 reais. De carona no sucesso da empresa, que j� conta com 48 milh�es de assinantes no mundo, outros servi�os de streaming come�am a chegar ao Brasil, como Fox Play e HBO Go, atreladas �s redes de canais da TV paga. Para assistir � programa��o dessas duas redes, no entanto, � necess�rio ter assinatura de um pacote tradicional de televis�o. Sinal de que, ao menos por enquanto, o mercado do Brasil ainda se prende ao bom e velho aparelho de TV. Como funciona a medi��o ??O sistema de medi��o de audi�ncia de computadores e tablets do Ibope vai funcionar a partir de uma compara��o de �udio. Quando a atra��o for transmitida pela primeira vez, nos televisores comuns, seu �udio ser� gravado e armazenado num banco de dados do Ibope. Esses arquivos ser�o depois comparados com os v�deos que o usu�rio assistir em seu computador ou tablet. Caso o �udio seja o mesmo, a empresa vai considerar essa exibi��o na medi��o de audi�ncia do programa, feita minuto a minuto e em tempo real. Segundo Dora C�mara, diretora regional Brasil do Ibope, os resultados ser�o convertidos para o sistema de pontos j� utilizado pela empresa, que vai entregar um consolidado para as emissoras com a audi�ncia da exibi��o convencional somada � de computadores e tablets. Alguns detalhes do projeto ainda est�o em discuss�o, como o prazo m�ximo, ap�s a exibi��o original do programa, para a considera��o de sua exibi��o na internet.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:

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