Publicada em 01 de Julho de 2014 �s 16h07
Uma riqueza cultural localizada em pleno sertão do Piauí, mas que pertence ao Brasil e ao mundo. É o Museu do Homem Americano, que recebe, atualmente, cerca de 1.800 pessoas por mês, número que ainda pode crescer se comparado aos demais patrimônios da Humanidade.
Segundo a presidente da Fundação Museu do Homem Americano, Fumdham, doutora Niède Guidon, o Museu do Homem Americano representa uma parte do retorno à comunidade do resultado de 40 anos de pesquisas interdisciplinares. “O Patrimônio da Humanidade é realmente o Parque Nacional Serra da Capivara que foi inscrito na lista pela Unesco pela riqueza de seus sítios arqueológicos. Mas quem vem à região para conhecer, visita o parque e o museu”, diz.
Desse total, 80% dos visitantes são estudantes do Nordeste, que pernoitam no máximo uma vez. O resto que permanece mais tempo, corresponde a profissionais liberais, empresários e professores. O número de estrangeiros ainda é insignificante.
Ao visitar o parque, os turistas ficam surpresos pela riqueza dos sítios arqueológicos e suas pinturas rupestres, pelas extraordinárias paisagens e pela organização da visitação. “No Museu ficam surpresos pela museografia e a interatividade”, explica Niède.
No Parque, as visitas são guiadas e na medida do possível também são desenvolvidas atividades de educação patrimonial com as comunidades. Já o Museu é autoexplicativo, mas também dispõe de um espaço didático onde, com prévio agendamento, um técnico explica a tecnologia dos homens pré-históricos.
Raridade O Museu tem um acervo de valor inestimável. “Para a riqueza de um Patrimônio Mundial e os resultados de tantos anos de pesquisa é impossível calcular um valor”, diz, enfatizando que hoje, o valor necessário para a manutenção do Parque e do Museu é de 4,5 milhões de reais por ano.
A Fundação Museu do Homem Americano faz parte da vida da população, pois a maioria das pessoas percebe como suas vidas têm mudado depois da implantação do Parque e do Museu. No entanto, segundo a arqueóloga, ainda há muitas pessoas indiferentes.
A diretora explica que o Museu recebe turistas de várias cidades do Nordeste. “Os estados que mais emitem passageiros são São Paulo, Minas Gerais e nos últimos meses Brasília. O maior emissor estrangeiro é a Alemanha”, comenta.
Instituição é motivo de orgulho
O Museu do Homem Americano é importante não só para pupulação piauiense, como também motivo de orgulho para quem trabalha no local. Ariclenes da Costa Santos, técnico, diz que o fato de fazer parte da equipe é muito importante. “O museu me faz compreender e compartilhar esse patrimônio de grande valor cultural. Ele representa um mundo novo por apresentar um recorte de determinado tempo da história do homem e que me faz pensar como seriam nossos antepassados”.
Para o técnico em Arqueologia, Evandro de Marcelo Sanana, trabalhar no parque é um privilégio, pois assim ele contriui para formação intelectual das pessoas. “É uma forma de trazer o conhecimento científico para o público”, diz.
Para a secretária Ana Paula Alves, trabalhar no Museu do Homem Americano é um privilégio e oportunidade única. Não há palavras que descrevam tal sentimento. “Algo para não ser falado e sim sentido. A sensação de quando você está dentro do Museu é “Nossa, será que estou no Piauí?. É essa a pergunta que sempre faço. É, sinceramente, espetacular e todos devem procurar conhecê-lo. Para mim, o museu é um lugar 'sagrado' com valores e significados indescritíveis”, afirma.
Iva Ribeiro Deusdará, reecepcionista, também diz ser muito gratificante trabalhar na instituição, que é motivo de orgulho por ser patrimônio cultural da humanidade. Já Josetti dos Santos Ramos, telefonista, diz que chega a ficar envaidecida por fazer parte da equipe de trabalho. “É uma honra ter o patrimônio importantíssimo como o Museu do Homem Americano em nossa cidade”, diz. Sua opinião é compartilhada pela recepcionista Sônia Pereira dos Santos, que diz ser o museu um importante centro de cultura.
A contadora Sirleide dos Santos Ribeiro diz que o Museu do Homem Americano é fantástico, revela a evolução material do homem pré-histórico no continente. “O Brasil precisa conhecer e valorizar mais esse trabalho surpreendente construído pela doutora Niède Guidon”, diz.
Segundo ela, São Raimundo Nonato é reconhecida mundialmente como Berço do Homem Americano. “Foi através de toda essa evolução que aprendi a ensinar o melhor para meus filhos, que consegui ter uma boa estrutura familiar. Reconheço que trabalhar com a doutora Niède Guidon na administração desse patrimônio brasileiro foi a maior universidade da minha vida”, conta.