Quem acompanhou a moda brasileira do final dos anos 1990 e começo dos 2000 com certeza se lembra de Daniella Sarahyba. A carioca de cabeleira lisa e sorrisão, sempre bronzeada, fez uma carreira de sucesso, chegando a posar a posar para a Sports Illustrated Swimsuit Issue, a famosa edição com modelos de biquíni da revista americana, e para grifes com a Victoria Secret's. Agora, aos 34 anos, ela está retomando a carreira e investindo nas redes sociais, onde tem um canal. “É uma fase muito legal voltando aos poucos aos trabalhos. Estou feliz e realizada de cumprir todas as metas como mulher, mãe e modelo”, diz.
Daniella diminuiu o ritmo após se casar com o empresário Wolf Klabin, 47, e ter duas filhas, Gabriela, de 9, e Raffaela, de 5. “Sou canceriana, sempre tive o sonho de casar e ser mãe. Cheguei a desfilar com barrigão, ainda participei de umas campanhas, mas me dediquei muito à minha família”, conta. “Fiz isso com a cabeça muito tranquila, porque tinha modelo por muito tempo, com muita disciplina e cobrança. Mas começou a bater um vazio na área profissional”, explica a modelo.
Em sua volta, Daniella abriu um canal no iGTV, que acabou de completar um mês e já contabiliza mais de 255 mil acessos aos vídeos em que ela compartilha sua rotina e fala sobre beleza. Com o sucesso, ela já prepara uma segunda leva de vídeos. A ideia é sempret rabalhar com sua imagem, mas com ressalvas. “Não me sinto mais à vontade em fazer foto de biquíni e sei que tem certas coisas com que não vou me identificar. Mas quero mostrar meu perfil de mulher saudável”, diz ela, que está se adaptando às plataformas digitais. “Antes era tudo impresso e hoje é digital, tudo é feito pelo Instagram. É impressionante e confesso que ainda estou entendendo como funciona. O bom é que o feedback é imediato”, afirma.
Ela também se preocupa com o impacto de suas ações na web. “A partir do momento em que você decide abrir uma conta em uma rede social que não seja privada, você se torna responsável por aquilo que posta. Eu quero influenciar as pessoas de uma forma bacana e positiva, passar meus valores”, explica a modelo, que, em casa, controla o acesso das filhas à internet.
Apesar de ser da turma de modelos anterior às redes sociais, Daniella diz que não sente qualquer tipo de “preconceito” dos fãs. Ela conta que fica surpresa com a quantidade de seguidores que guardaram revistas e jornais com fotos suas e que um dos temas mais comuns das coversas com os seguidores é a vida sem a tireoide.
Daniella teve um nódulo maligno na glândula em 2007 e outro em 2009, precisando remover a tireoide. Por causa da cirurgia, ela faz reposição hormonal diária – e para o resto da vida – e faz questão de falar sobre o assunto. “Passei por isso de uma maneira até muito leve, mas tem quem entre em depressão depois de tirar a tireoide. O meu recado é que tudo dá certo, que a mente tem o poder, e que é passar por esse obstáculo confiando, com fé em Deus”, explica.
A retirada da tireoide teve como consequência o aumento de peso. Daniella, que tem 1,78 metro, chegou a 67 quilos - seis a mais do que o normal para ela. "Para mim perder peso é mais difícil. Demorei até encontrar esse equilíbrio”, conta ela, que apenas ano passado conseguiu perder o peso extra. Para isso, ela mudou a alimentação, que ficou mais regrada.
“Eu tinha muita fome antes. Mas de um ano para cá, com jejum intermitente, o estômago se acostumou e diminuiu um pouco, se abastecendo com menos”, explica. “É tudo uma questão de disciplina alimentar e fui vendo o que era mais saudável. Por exemplo, eu tomava leite com Toddynho todo dia. Era viciada e vi que posso viver sem”, conta.
Além de ajustar a comida, a modelo também tratou de diversificar os exercícios. “Alterno para não enjoar, então vou para a academia duas vezes por semana, faço balé, tênis, alongamento, ioga, musculação. Cada dia faço algo”, diz ela, que hoje vê na balança os mesmos números do auge da carreira.
Mas a modelo não sente saudades daqueles tempos. “Saudade eu tenho é da juventude. Eu tive uma carreira legal e sou muito realizada com a minha família. Eu nunca fui tão feliz como sou agora”, garante, explicando o porquê. “Toda profissão tem seu lado bom e ruim, e a de modelo também. Eu antes era muito solitária, viajando para lá e para cá. Eu tenho minha rotina que eu preso muito”, diz ela que, que leva e busca as filhas na escola e faz questão de fazer o dever de casa com as meninas.
“Além disso vivia com pressões sobre meu corpo. A carreira de modelo é muito glamorosa, mas muito dura por essa exigência”, confessa Daniella, que sofreu com o corpo mais curvilíneo e com pouca cintura. “Sempre tive busto e quadril, para mim era difícil. Mas, ao mesmo tempo, fiz grandes viagens, conheci culturas, línguas e pessoas diferentes”, explica.
Ela tinha desde os 6 anos o sonho de ser modelo, profissão de sua mãe, Mara Sarahyba, que a acompanhou na carreira. Mas Daniella não gostaria que as filhas seguissem a carreira. “Nunca fui de mostrar coisas de trabalho para elas, mas agora as meninas veem as pessoas me parando na rua para fotos. A Gabi diz que quer ser modelo, só que tem 9 anos e cada hora fala uma coisa. Ela tem todo o jeitinho e o biotipo de modelo. Mas, sinceramente, prefiro que estude e fique mais perto da gente”, confessa.
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