Oito pessoas foram presas nesta quarta-feira (23) na 3° fase da Operação Escamoteamento. A ação é um desdobramento da investigação iniciada em Cocal, em abril de 2017. A investigação tem como foco o desvio de recursos públicos do município de Buriti dos Lopes/PI. O Ministério Público do Piauí solicitou o bloqueio no total de R$ 8.388.822,64 de bens dos investigados, que seria o total de prejuízo aos cofres públicos.
Segundo a polícia, algumas empresas e empresários da Serra da Ibiapaba, no Ceará, com o apoio de funcionários públicos, desviaramo valor entre os anos de 2013 e 2016. Ao todo, 13 mandados de prisão foram expedidos, sendo sete de prisão preventiva e seis mandados de prisão temporária, além de 16 mandados de buscas e apreensões.
A operação que é comandada pelo GAECO – Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Piauí, com o apoio e participação no cumprimento dos mandados, da Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas do Estado do Piauí, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil do Piauí e Polícia Militar do Piauí, além do Ministério Público do Estado do Ceará.
Os mandados foram expedidos pela Vara Única de Cocal. Às 10:30h, será concedida entrevista coletiva que ocorrerá na sede do GAECO/PI.
1ª Fase
Em 7 de abril de 2017, foi deflagrada a 1ª fase da operação. Ao todo, 96 mandados judiciais foram cumpridos no Piauí e Ceará. O MPPI denunciou 13 pessoas. A ação foi resultado de um ano e quatro meses de investigação contra uma organização criminosa suspeita de fraudar licitações de obras públicas e prestações de serviços para prefeituras piauienses. Segundo o MPPI, servidores públicos e empresários estariam envolvidos no esquema, que desviou cerca de R$ 200 milhões dos cofres públicos.
Os empresários eram suspeitos de abrir empresas para participar das licitações, atuando como concorrentes, mas segundo o MPPI, o que existiam eram cartéis para vencer o contrato. Até os valores oferecidos pelos vencedores seriam previamente ajustados, em violação aos princípios da licitação pública, impedindo a livre concorrência e causando prejuízos ao erário.
2ª Fase
Na segunda etapa da operação, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva, expedidos pelo Juiz de Direito da Comarca de Cocal. Os crimes teriam acontecido durante os anos de 2013 a 2015. Segundo promotora de justiça, a quadrilha adulterava editais para favorecer uma espécie de cartel.
O prejuízo estimado foi da ordem de R$ 18 milhões, segundo a Controladoria-Geral da União, que participou da operação. Em vídeo, uma colaboradora deu detalhes do esquema.