O Ministério Público do Piauí instaurou ação civil contra a Fundação Municipal de Saúde após adiamento de cirurgias no Hospital de Urgência de Teresina por falta de enxoval cirúrgico. O problema foi constatado após inspeções nos serviços de duas lavanderias contratadas pela unidade. A FMS informou que só vai se pronunciar quando for notificada.
"A lavagem de roupa do hospital estava com problemas. Havia muitas reclamações a respeito da qualidade da lavagem e do déficit de retorno dessas roupas. As roupas iam e não voltavam em quantidade suficiente para atender às demandas, resultando em adiamento de processos cirúrgicos, inclusive", informou o promotor de justiça Eny Marcos Pontes ao G1.
Após inspeções, segundo o MP, foram constatados problemas graves. Uma das lavanderias, Multilav, operava com o alvará da vigilância sanitária vencido, segundo o promotor. A emprensa também não apresentou documentos referentes a contratos, não possuía profissional responsável pelas atividades, havia ainda irregularidades no próprio espaço físico, como condições inadequadas de armazenamento, distribuição e transporte das roupas hospitalares. O contrato foi suspenso e outra empresa foi contratada. O G1 tentou, mas não conseguiu contato com a Multilav.
A segunda empresa foi a Lavbras, onde o MP informou que havia problemas em relação ao transporte, conservação e lavagem de roupa hospitalar. O relatório, segundo MP, apontou deficiências a respeito de falta de enxoval cirúrgico, além da constatação de sujeira nos lençóis e compressas, e atrasos frequentes na entrega de roupas cirúrgicas.
"Mandamos ofício para o presidente da FMS e ele resolveu finalizar o contrato com a Multilav e em seguida contratou uma nova empresa, da qual temos recebido reclamações de profissionais e pacientes, reclamando da qualidade da lavagem das roupas", disse o promotor.
Esta empresa continua atendendo o hospital. Breno Mendonça, do departamento comercial da empresa, informou ao G1 que a Lavbras estabelecerá um cronograma de atendimendo ao HUT.
"Ainda estamos prestando serviço, dentro de um contrato de higienização, e estamos fechando também um contrato de locação, no qual teremos um cronograma de atendimento a todas essas demandas", afirmou.
Diante da situação, o MP solicitou determinação judicial para que a FMS promova as medidas necessárias para a conclusão das reformas da lavanderia do Hospital de Urgência de Teresina. No caso de descumprimento ou atraso na aplicação da medida, será cobrada multa diária no valor de R$ 10 mil, que serão revertidos para o Fundo de Monetização do MPPI.