Após 40 minutos de assembleia os motoristas e cobradores de ônibus aprovaram por unanimidade a continuação da greve apesar da liminar do Tribunal Regional do Trabalho. “Trabalha quem quer”, é a ordem do movimento.
O advogado da classe, Luis Carlos Bonfim, na tentativa de repensar a decisão da categoria explicou que a justiça agiu imparcialmente é que acatou um meio termo entre as partes.
“O Setut queria 80% da frota rodando, o desembargador concedeu apenas 50%. Foi pedido também R$ 100 mil de multa diária e a justiça concedeu apenas R$ 5 mil. Fora isso, o desembargador também ordenou 100% INPC no salário e nos benefícios. Se descumprirmos teremos sérios prejuízos”, explica o advogado.
O sindicalista Antônio Carlos de Sousa ressaltou que a luta também é pela responsabilidade sobre peças dos veículos e sobre diferenças nos números de passagens.
Temos que lutar contra esse roubo que acontece. Os motoristas pagam por toda peça quebrada nos veículos. Também temos que lutar contra o fato de que o cobrador tem que pagar as passagens que faltam ao final das viagens”, afirma.
Edson Orlando é integrante do movimento grevista e sugeriu descontar uma diária de cada trabalhador para pagar a multa imposta pelo TRT/PI. “Antes isso do que suspender o movimento. Se voltarmos atrás tudo isso foi perda de tempo e de saliva”, defende.
Após a assembleia, motoristas e cobradores seguiram a pé para a sede do Setut. Lá, os grevistas irão reivindicar por melhorias na proposta dos empresários para os grevistas.
Atualizada às 16h45
O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (Setut) apresentou uma terceira proposta que prevê reajuste de 12,65% para os motoristas de ônibus. Entretanto, a medida não é linear e reserva para cobradores, fiscais, despachantes e demais funções reajuste de 9,5%.
Para motoristas, o salário atingiria dois mínimos. O sindicato propões, no entanto, fixar o título alimentação em R$ 351 para todos os trabalhadores do setor. A categoria pede reajuste linear de 15% nos vencimentos, além de outros benefícios.
Em outras negociações, o Setut propôs 10% de reajuste linear, o que não foi aceito. O sindicato sugeriu então reajuste de 12% linear o que ainda se distingue da atual proposta do sindicato patronal.
O Setut informou aos grevistas que a proposta só está valendo durante as próximas 24 horas. Caso não haja acordo, vai haver reajuste de apenas 4,97% no salário e nos benefícios. “Estamos entre a cruz e a espada”, disse o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Piauí (Sintetro), Francisco das Chagas Oliveira.
Decisão do TRT/PI
O presidente do Sintetro informou que o órgão já recebeu a notificação do Tribunal do Trabalho ordenando que 50% dos trabalhadores voltem para a rua. Segundo a decisão, caso haja descumprimento, o sindicato pagará multa de R$ 5 mil por dia.
Os trabalhadores reagiram negativamente à notícia e desde já se recusam a aceitar qualquer uma das três propostas que já foram feitas. O presidente tentou explicar a situação mostrando o risco que a categoria está correndo caso não acate a recomendação do TRT.
“Vamos acabar multados e no tribunal. É melhor aceitarmos do que deixar tudo por 4,97%. Até o momento não houve acordo na assembleia”, disse o presidente do sindicato.
A assembleia do Sindicato dos Rodoviários de Teresina que estava marcada para as 16h desta segunda-feira (07) sofreu atraso devido nova tentativa de acordo entre a categoria e os empresários do Setut (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina).
Francisco das Chagas Oliveira, presidente do sindicato da classe, foi convocado para ouvir uma nova proposta na tentativa de findar a paralisação de motoristas e cobradores de ônibus ainda no primeiro dia de greve.
Estima-se que a assembleia geral deve começar por volta das 16h30. Em Teresina, cerca de 270 mil pessoas são dependentes do sistema de transporte público rodoviário.
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