Os motoristas e cobradores decidiram acatar a decisão da Justiça do Trabalho do Piauà e retornar ao trabalho nesta quarta-feira (8). Segundo a categoria, a greve continua após a reunião de negociação realizada na tarde desta terça-feira (7) terminar sem avanços.
"Vamos cumprir a decisão judicial de 70% da frota de ônibus circulando nos horários de pico. Nos demais horários, 30% da frota circulando", afirmou o secretário de Previdência Social do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro), Francisco das Chagas.
Veja serviços afetados pelo coronavÃrus no PiauÃ
O que fazer e para onde ir em caso de aparecimento dos sintomas
Acompanhe a evolução da curva epidêmica no estado
Segundo Francisco das Chagas, os empresários se negam a pagar os benefÃcios dos tralhadores, como ticket alimentação e plano de saúde, e por isso a greve continua.
O sindicato denuncia que não foi adotado um protocolo adequado para o trabalho da categoria durante a pandemia do novo coronavÃrus e criticou a medida adotada pela prefeitura, que alterou as rotas dos ônibus e fechou os terminais para evitar aglomeração de pessoas.
"As paradas finais dos bairros são insalubres, não têm estrutura, não há uma pia ou banheiro para o tralhador fazer a higiene pessoal. Em outros estados, as empresas adotaram uma cabine para evitar o contato das pessoas com o motorista, por exemplo", comentou.
Decisão judicial
A desembargadora do Trabalho Liana Chaib estabeleceu o prazo de 24 horas para que os motoristas e cobradores retornem ao trabalho. O grupo está em greve há 52 dias.
A liminar foi requerida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) após o ajuizamento do dissÃdio coletivo (quando não ocorre um acordo na negociação direta entre trabalhadores ou sindicatos e empregadores).
A decisão estabelece que pelo menos três horas pela manhã (de 6h a 9h) e três horas no final do dia (de 17h a 20h), de segunda a sexta-feira, e, aos sábados, das 6h às 9h e das 12h às 15h, o funcionamento deve alcançar pelo menos 70% da frota. Já nos demais horários e aos domingos deve-se manter o funcionamento de pelo menos 30% da frota.
A decisão da desembargadora Liana Chaib determinou, também, que o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut), disponibilize a quantidade necessária de ônibus para a circulação visando o cumprimento dos percentuais mÃnimos estabelecidos.
Ela determinou ainda que veÃculos para o transporte alternativo devem continuar sendo cadastrados pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) enquanto durar a greve dos ônibus em Teresina.