Imagem: Reprodução/Oglobo O veterano baixista de jazz Charlie Haden morreu nesta sexta-feira, em Los Angeles, aos 76 anos, vítima de uma doença não revelada. ganhou três Grammys em sua carreira. Em 2006, ele se apresentou no Brasil, no Tim Festival.
Charlie Haden cresceu num ambiente rural, em Iowa, nos Estados Unidos. Influenciado pela família, ligada ao som country e folk, começou a cantar bem cedo, de forma amadora, com a Haden Family Band. Após contrair uma forma de pólio, que reduziu seu alcance vocal, dedicou-se ao contrabaixo, apaixonando-se pela música clássica e o jazz. Mudou-se para Los Angeles em 1957, fazendo suas primeiras gravações com os pianistas Hampton Hawes e Paul Bley, tocando também com os saxofonistas Dexter Gordon e Art Pepper. saiba mais Reveladora de supermodelos, Eileen Ford morre aos 92 anos Pai do ex-prefeito Silvio Mendes morre aos 89 anos Falece Yedda Alves, que vivia uma das costureiras da Shunel Leia mais sobre Falecimento
No final daquela década, uniu-se ao quarteto do saxofonista Ornette Coleman, um dos pioneiros do free jazz. Com o grupo, gravou discos marcantes como “The shape of jazz to come”, “Chance of the century” (1959), “This is our music” (1960) e “Free jazz”, este com a participação de Freddie Hubbard e Eric Dolphy.
Nos anos 1960, tocou com artistas como John Coltrane, Don Cherry, Alice Coltrane e Chet Baker, entre outros. Mantendo o espírito exploratório de sua música, passou a integrar o trio liderado pelo pianista Keith Jarret, com o qual ficou até o começo dos anos 1970. Em paralelo, criou a Liberation Music Orchestra, ao lado da pianista Carla Bley, combinando ativismo social e experimentalismo.
Como artista solo, gravou por selos renomados como ECM, Horizon e Verve. Foi parceiro de Egberto Gismonti, com o qual gravou discos como “Folk songs” (1979) e “Magico” (1980), ao lado do saxofonista Jan Garbarek. Na década de 1980, criou um curso de jazz no Instituto de Artes da Califórnia, e formou o Quartet West, com o saxofonista Ernie Watts, o baterista Larance Marable e o pianista Alan Broadbent. Tocou também com figuras do universo pop, como Yoko Ono, Ringo Starr, Rickie Lee Jones e Beck (no álbum “Odelay”, de 1994). Seu trabalho foi tema do documentário “Rambling boy”, lançado em 2009. Ganhou três prêmios Grammy.
O músico deixa a mulher Ruth Cameron e quatro filhos: Petra, Rachel, Tanya e Josh.