O ex-técnico de futebol Mário Travaglini morreu na noite desta quinta-feira, aos 81 anos, em São Paulo. Travaglini estava internado há mais de um mês e lutava contra um tumor cerebral. Responsável por modernizar os esquemas táticos no futebol brasileiro, trazendo influência das estratégias adotadas na Europa, o ex-treinador teve uma carreira vitoriosa e comandou esquadrões que ficariam marcados na história do esporte nacional, como a "Academia" do Palmeiras, a "Democracia Corintiana" e a "Máquina Tricolor".
"Foi uma vida inteira dedicada aos esportes, ao estudo do futebol, ao melhor rendimento, melhor relacionamento. Foi um dos grandes treinadores com quem trabalhei, senão o maior", lamentou, em declaração para o jornal O Estado de S. Paulo, o ex-jogador Wladimir, treinado por Travaglini no Corinthians.
Carreira - Depois de uma curta carreira como zagueiro, Travaglini começou sua trajetória como técnico no Palmeiras – e não demorou a ter sucesso. Comandando craques como Ademir da Guia e Djalma Santos em uma das equipes que receberia o apelido de "Academia", o treinador conquistou o Campeonato Paulista em 1966 – quebrando uma hegemonia do Santos de Pelé –, a Taça Brasil de 1967 e o Robertão do mesmo ano. Os dois últimos torneios seriam oficializados mais tarde como edições do Campeonato Brasileiro.
A passagem de Travaglini pelo arquirrival do Palmeiras também foi marcante. O técnico treinou o Corinthians entre 1982 e 1983 e foi campeão paulista em seu primeiro ano no clube. Além disso, também acompanhou a gênese do movimento político que ficaria conhecido como "Democracia Corintiana", abraçando a ideia de maior liberdade aos jogadores idealizada por Sócrates. No Parque São Jorge, Travaglini ajudou a revelar Casagrande, dando as primeiras chances ao jovem atacante vindo da base do clube.
Rio de Janeiro - O treinador também brilhou no futebol carioca, onde colecionou dois títulos na década de 70. No comando do Vasco, do atacante Roberto Dinamite, conquistou o Campeonato Brasileiro de 1974. Dois anos mais tarde, venceu o estadual de 1976 pelo Fluminense, uma equipe altamente ofensiva que contava com Rivellino como referência e ganhou o apelido de "Máquina Tricolor".