SÃO PAULO — O juiz Sérgio Moro liberou a presidente afastada Dilma Roussef de testemunhar na operação Lava-Jato. Nesta terça-feira, o juiz aceitou o pedido dos advogados do empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht que haviam chamado a petista para a defesa do empresário, mas depois voltou atrás do pedido. Dilma prestaria depoimento por escrito.
Os advogados de Odebrecht haviam arrolado Dilma na ação que investiga repasses de propina através do Setor de Operações Estruturadas, revelado na 26ª etapa da Lava-Jato, batizada de Xepe. Além de Odebrecht, quem é investigado nesta ação é o marqueteiro do PT João Santana, preso na mesma operação.
Além de desistência de Dilma, Marcelo Odebrecht cancelou todos os outros depoimentos marcados. No documento encaminhado ao juiz, os advogados do empreiteiro alegam motivos “sigilosos”.
Nesta terça-feira, o GLOBO revelou que Odebrech está prestes a fechar o acordo de delação premiada de seus executivos, entre eles o ex-presidente Marcelo Odebrecht, com o Ministério Público Federal. A assinatura do acordo, porém, depende de acertos finais, entre eles que a Odebrecht recupere e apresente arquivos digitais da empresa contendo provas do pagamento de propina a políticos e autoridades.
Marcelo Bahia Odebrecht está preso desde 19 de junho de 2015. O ex-presidente da maior empreiteira do País já foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema de propinas montado na Petrobrás.