Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Teresina têm sido alvos de reclamações da população pois, para conseguir atendimento, é preciso, às vezes, recorrer a mais de um posto. A insatisfação de muitos usuários da rede pública de saúde parte, entre outras situações, da dificuldade em conseguir doses de vacinas, bem como consultas e receitas dos médicos para receber medicamentos gratuitos.
A artesã Raimunda Probo contou ao Bom Dia Piauí que se deslocou por quatro dias consecutivos, em horários diferentes, à UBS do Bairro Santa Isabel, Zona Leste de Teresina, e não conseguiu fazer uma consulta. Segundo ela, só é possível conseguir seu medicamento de forma gratuita com a receita médica e, como não havia médicos no posto de saúde, viu-se obrigada a resolver o problema sozinha. "Sou usuária de remédio contínuo e tive que comprar a medicação por falta de médicos pra assinar a receita", disse Raimunda.
No mesmo local, a comerciante Gislene Nunes informou que sua mãe não pôde tomar uma vacina porque o enfermeiro que aplicaria o medicamento não estava no posto de saúde. "Eu vou voltar ou procurar outro posto. É até mais longe, vou ter gasto com combustível", salientou Gislene. Tal como ela, o motorista Paulo Henrique Lemos já havia procurado pela vacina em outros postos, mas não foi atendido.
"Já fui ao posto do São João e agora vou no Satélite. Estou fazendo uma peregrinação com um bebê de 5 meses dentro de um carro. Não sabem informar nada. É um absurdo, um descaso", reclamou.
Segundo o coordenador do posto de saúde do Bairro Santa Isabel, Mário Faustino Silva, o responsável pela aplicação faltou por motivos de doença. Em relação à falta de médicos, ele justificou que os médicos saem para atendimento externo, de acordo com a escala da semana. Mário explicou ainda que quando nem todos conseguem ser atendidos, é por causa do limite de consultas estabelecido pelo sistema de regulação.
"Toda semana temos um cronograma. Fixamos e deixamos à mostra para a população. Assim, eles sabem que naquele dia o médico programado está fazendo atendimentos da família, do hipertenso, de gestantes, da criança", ressaltou Mário.
Em relação às urgências, Mário afirma que é dado o atendimento devido. Ele disse, também, que há uma quantidade de mínimo e máximo de atendimentos indicada pela Fundação Municipal de Saúde para que o profissional consiga trabalhar com qualidade. "A gente consegue colocar novos pacientes, mesmo sabendo que já chegou ao limite pra não deixar o paciente voltar sem atendimento", esclareceu o coordenador.