Três candidatas que participaram do Miss Piauí 2016, Kayra Nascimento (Esperantina), Herika Nobre (Monsenhor Gil), Loysa Vasconcelos (Novo Oriente do Piauí) protocolaram nesta sexta-feira (23) no Ministério Público Estadual (MP/PI) uma representação criminal contra os organizadores do evento após o vazamento de um áudio em que, supostamente, vantagens são oferecidas a uma candidata. Segundo a advogada de uma das misses, Laís Marques, o pedido é de que o áudio seja investigado.
“O que foi feito hoje foi apenas um pontapé inicial, que foi dizendo que as candidatas tiveram conhecimento do áudio, que aparentemente pode ter existido alguma fraude ou tentativa de fraude durante o concurso e pedindo que o Ministério Público investigue o caso”, explicou.
Procurado pelo G1, Nelito Marques, organizador do concurso, afirmou que o Miss Piauí 2016 foi realizado com lisura e foi acompanhado por auditoria.
Candidatas que participaram do evento realizado no dia 10 deste mês, tiveram conhecimento de um áudio onde se falava sobre um possível beneficiamento de uma candidata e utilizava a expressão ‘negrinha’ em relação à candidata Kayra Nascimento.
De acordo com a advogada, o que as candidatas que assinaram a representação criminal esperam, é que haja a lisura do procedimento e que seja averiguado se houve realmente alguma fraude ou tentativa de fraude. “Nenhuma delas estão com a intenção de anular o concurso ou de dizer que a vencedora não tenha merecido ganhar, pelo contrário, eles respeitam muito a vencedora. Mas, elas querem saber sobre a lisura do procedimento, pois elas se esforçaram para o sonho delas e esperam que isso seja justo. Elas querem evitar que isso venha a acontecer em outros concursos”, explicou.
“Esperamos que o Ministério Público constate em que circunstâncias aquele áudio foi gravado, quem o gravou e o motivo. Tendo constatado a veracidade, que seja investigado o procedimento ao esquema que ele se refere, ele até envolve outras pessoas. Acho que muita gente merece uma explicação” disse a advogada.
Modelo denuncia injúria racial
O aúdio denunciado pelas três jovens já é pivô de uma polêmica, já que a Miss Esperantina 2016, Kayra Nascimento, disse que a voz que aparece na mídia é de Nelito Marques, organizador do Miss Piauí. Ainda de acordo com ela, Marques se refere a ele de forma pejorativa, utilizado o termo "negrinha.
A advogada da modelo, Laís Marques, informou que tomará providências cíveis e criminais contra Nelito Marques, organizador do concurso, para apuração do crime de injúria racial e reparação pelo dano moral sofrido. Informou ainda que ingressará com representação junto ao Ministério Público e à Polícia Civil para que seja investigada a lisura do concurso Miss Piauí 2016.
Para o G1, Nelito Marques negou que seja ele falando no áudio e disse ainda que registrou Boletim de Ocorrência para que seja apurada quem tentou se passar por ele. "Não tem como dizer que o áudio é meu. Quem fez esse áudio? Essa história não merece confiança, eu já fiz um Boletim de Ocorrência, pois eu não tenho nada a temer. Estão dizendo que esse áudio é meu, que essa voz é minha agora eu quero é que prove tudo isso. Hoje, qualquer pessoa pode imitar a voz do outro, tem que ter prova. Agora está na Justiça, ela que vai decidir", afirmou.