O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, negou neste sábado ter tido qualquer contato com Wladimir Garcez, assessor do empresário Carlinhos Cachoeira, que o cita em uma conversa que teve com o chefe.
"Já falei que não. Nunca [tive contato com Garcez]", disse em evento da pré-candidatura do petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo.
Padilha, no entanto, se recusou a responder outras perguntas."Não vim como ministro, hoje é o Haddad".
Foi a primeira vez que Padilha falou sobre o caso desde que a Folha revelou que ele é citado nos grampos da Operação Monte Carlo.
Na gravação, Garcez, que é ex-vereador do PSDB de Goiânia, diz a Cachoeira que Padilha autorizou seu grupo a dar sequência a um negócio na área da saúde, após reunião em Brasília.
"Teve a conversa com o Padilha, todos os outros lá, o chefe de gabinete, e [ele] achou interessante: faz o projeto, mostra o que que é, ele fala o que que é possível lá dentro e dá para nós um veredicto lá. Mas que autorizou a gente a tocar pra frente o negócio, que eles têm condição de ajudar", diz Garcez a Cachoeira, em março de 2011.
A conversa não deixa claro qual é o interesse de Cachoeira --que, segundo a PF, é dono oculto de um laboratório e controla um instituto que reúne grandes empresas da área farmacêutica.
Cachoeira é o pivô do escândalo envolvendo tráfico de influência e políticos. O empresário está preso desde fevereiro, quando foi deflagrada a Monte Carlo, operação da Polícia Federal. A ação policial desarticulou quadrilha que explorava jogos ilegais em Goiás.
A assessoria do ministro já havia afirmado que Padilha não conhece e nunca teve nenhum encontro com Wladimir Garcez ou Carlinhos Cachoeira.
Segundo o ministério, eventuais projetos apresentados em audiência só são aprovados após crivo técnico.