A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvatti, esteve nesta sexta-feira (12) em Teresina participando da Caravana de Educação de Direito Humanos. Na ocasião, ela também comentou sobre dois casos envolvendo violência homofóbica que aconteceram recentemente em Goiânia e no Rio Grande dos Sul. Ideli Salvatti disse que a investigação e julgamento da morte do estudante João Antônio Donati, encontrado morto com a boca cheia de papel e sacola plástica, pode ser feito pela Justiça Federal.
“Em relação as investigações a respeito da morte deste jovem e outros 40 inquéritos que apuram as mortes de moradores de rua e de um jornalista esportivo estão parados. Chegamos ao ponto da Secretaria Estadual de Goiás ter solicitado a federalização dos crimes para que possamos encontrar os autores desta barbárie e puni-los. Acredito que se o Supremo Tribunal de Justiça aprovar esta mudança, o caso deste jovem também será investigado a nível federal”, ressaltou.
Para a ministra, a demora nas investigações em Goiás está relacionada à inclusão de policiais e de pessoas no judiciário. “A investigação não anda porque há procedentes que forças policiais e do judiciário não agilizam o processo”, contou a ministra.
Na quarta-feira (10), o estudante João Antônio Donati foi encontrado com a boca cheia de papel e sacola plástica em Ilhumas, Goiânia. Na quinta-feira (11), houve um incêndio no centro de Tradições Gaúchas localizado em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. No local, seria realizado um casamento entre pessoas do mesmo sexo neste sábado (13). A ministra Ideli Salvatti afirmou que vai participar do casamento comunitário que deve celebrar a união de 28 casais heterosssexuais e um homoafetivo neste sábado (13), no Rio Grande do Sul.
Justiça com as próprias mãos
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República também falou sobre os casos em que há "justiça com as próprias mãos" e afirmou que estas ações têm sido "disseminadas e incentivas no país". Para a ministra, estes gestos não podem mais ser tolerados. Recentemente, o G1 mostrou que a barbárie no Brasil atinge quase todos os estados e vitimou mais de 50 pessoas só no primeiro semestre de 2014.
“A justiça com as próprias mãos tem sido incentivada e disseminada no Brasil. Em alguns casos, as ações são incentivadas por programas que simulam a agressão, deixando a entender que esta postura é correta, mas não é”, declarou.