O México começa hoje as despedidas ao escritor colombiano Gabriel García Márquez, falecido na quinta-feira, aos 87 anos. A despedida acontece no Palácio de Belas Artes, na capital do país, com a presença dos presidentes do México (Enrique Peña Nieto) e da Colômbia (Juan Manuel Santos). Na terça-feira (22), acontecerá outra cerimónia em Bogotá.
Estão previstas homenagens com compassos de Bella Bartók e execuções da música típica vallenato, além das flores amarelas que se tornaram uma marca de García Márquez. Ainda não foi decidido o que será feito com as cinzas do escritor. Na sexta-feira (18), o embaixador da Colômbia no México, José Gabriel Ortiz, disse que a ideia era dividi-las entre os dois países. No entanto, a decisão final deve ficar com a família de Gabo. saiba mais Mia Couto homenageia Gabriel García Márquez Leia mais sobre Homenagem a Gabriel García Márquez
Imagem: Reprodução/InternetClique para ampliar Os familiares do escritor também terão que definir o que será feito com um livro que estava a ser escrito por García Márquez, intitulado "Em Agosto Vemo-nos".
Considerado o criador do realismo mágico na literatura latino-americana, García Márquez, apelidado pelos amigos de Gabo, foi um dos mais importantes escritores da América Latina. Nascido a 6 de Março de 1927 na cidade de Aracataca, na Colômbia, morava no México há mais de três décadas.
Autor de "Cem Anos de Solidão", "O Amor nos Tempos do Cólera", "Crônica de uma morte anunciada" e tantos outros livros que se tornaram best-sellers ao todo o mundo, Gabo começou a escrever como jornalista, no jornal El Universal, em Cartagena.
Foi correspondente internacional duas vezes: a primeira em 1958, na Europa, e a segunda em 1961, em Nova Iorque, onde foi perseguido pela CIA pelas suas críticas a exilados cubanos e as suas ligações a Fidel Castro. Com o irmão, Jaime Abello, fundou em 1994 a Fundação Neo Jornalismo Iberoamericano.
O seu primeiro livro, "La Horajasca", foi publicado em 1955 e apresenta pela primeira vez a povoação fictícia de Macondo, onde mais tarde seria decorreria a história de "Cem Anos de Solidão".
Publicado em 1967, o livro é considerado o mais importante da carreira de García Márquez e também a segunda obra mais relevante de toda a literatura hispânica, ficando atrás apenas de "Dom Quixote de la Mancha", de Miguel de Cervantes. "Cem Anos de Solidão" já vendeu cerca de 30 milhões de exemplares em 35 idiomas.