Carlinhos Cachoeira mantém o silêncio, mas a família do contraventor decidiu falar. A mulher dele, Andressa Mendonça, em entrevista ao Fantástico no domingo (1º), mandou o recado: “Ele disse para mim que tem muito o que falar, que quer contribuir e pediu para falar para o Brasil que ele tem o que dizer”. O que o marido vai falar? “Talvez envolva os políticos que têm relacionamento com ele”, disse Andressa, uma bela mulher de 30 anos, que foi casada com o suplente do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), Wilder Pedro de Morais.
Andressa afirmou à repórter Sônia Bridi que aceitou dar entrevista agora, após 8 semanas de insistência da reportagem, porque tiveram uma “derrota difícil no Tribunal de Justiça do Distrito Federal”. No dia 21 de junho, a Justiça negou pedido de habeas corpus para Cachoeira, que está preso desde 29 de fevereiro. “Me senti injustiçada, acho que ele é bode expiatório. Considero meu marido um preso político. Se ele não fosse um preso político, não teriam criado uma CPMI com o nome dele.”
Andressa afirmou que a mídia “criou um monstro Carlinhos Cachoeira”. “Meu marido não é um monstro. Meu marido é um homem de bem.” Segundo ela, Carlinhos Cachoeira não é bicheiro. “O Carlos que eu conheço é empresário. Faz consultoria para empresas. Trabalhou durante aproximadamente dez anos com a Loteria do Estado de Goiás. Trabalhou no ramo de medicamentos”, disse.
O pai de Cachoeira, Sebastião de Almeida Ramos, conhecido como Tião Cachoeira, acompanhou a entrevista da nora e conversou com o G1. Assim como Andressa, culpou a mídia por seu filho ser definido como bicheiro. “O que acabou com o Carlinhos foi a mídia. Ele nunca mexeu com o jogo do bicho. Fazem dele um mostro. Da forma como estão tratando ele, cada dia ele é uma pessoa pior. Ele é mais do que vítima. Ele é mais do que honesto.”
Como afirmou a repórter Sônia Bridi, se Cachoeira é um homem de bem, “não seria então obrigação dele, dever dele, ir à Justiça e dizer o que sabe?” Andressa disse que o marido fará isso, “no momento oportuno”. Recado dado.