Publicada em 09 de Fevereiro de 2016 �s 09h38
Voltada para pessoas com experiências diferenciadas de vida e de trabalho, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade da Educação Básica que nasceu da necessidade de oferecer uma melhor chance para jovens e adultos, a partir de 15 anos, que, por qualquer motivo, não concluíram o ensino fundamental e/ou o médio na idade apropriada. A EJA possui três modalidades, nas quais os futuros alunos serão matriculados de acordo com suas necessidades: Analfabeto absoluto, Analfabeto funcional e ensino médio incompleto. Atualmente o Piauí possui cerca de 600 mil analfabetos absolutos e cerca de 800 mil analfabetos funcionais. De acordo com Conceição Andrade, diretora do EJA no Piauí, em 2016, a meta é alcançar 70 mil novas matriculas que vão se somar as 39 mil matrículas do ano de 2015, que só renovam no inicio das aulas. “Já temos 50 mil novas matrículas efetivadas e nossa perspectiva é que o Estado alcance 109.000 estudantes da modalidade neste ano”, explica a diretora. Tendo em vista o grande número de analfabetos fora da escola, a Secretaria do Estado da Educação (Seduc) vem realizando, desde janeiro de 2016, a campanha de matrículas “Dia D”. Durante a mobilização, todas as 21 Gerências Regionais de Educação (GREs) do Piauí fizeram, concomitantemente, uma ação em suas regiões em torno das matrículas da EJA. Mobilização é arma para atrair mais alunos De acordo com a secretária da Educação, Rejane Dias, a Seduc vem fazendo campanha de mobilização em todo o Estado por meio de parcerias com sindicatos, igrejas e todas as entidades para que as pessoas se sintam motivadas. “Acima de 15 anos temos o analfabetismo funcional e o absoluto. Conseguimos liberar cerca de R$ 24 milhões em recursos do Governo Federal e vamos investir na erradicação do analfabetismo no Piauí e, aliar a isso, a profissionalização, por intermédio da integração do Pronatec, rede FIC e o ProEja", destaca a secretária. A Central de Abastecimento do Piauí (Ceapi) é uma das parceiras da Seduc. Integrantes do setor da Educação de Jovens e Adultos (EJA) estiveram presentes na Central para a realização de pré-matrículas de pessoas que tenham abandonado os estudos e agora buscam uma nova chance. Vendedor da Ceapi há mais de 30 anos, Francisco Oliveira aproveitou a oportunidade. Após 63 anos sem saber ler e escrever decidiu enfrentar as dificuldades para conseguir alcançar seu objetivo. “Nunca estudei na vida. Decidi me matricular, porque o dia-a-dia de quem não sabe ler e escrever é muito difícil. Não conseguimos nem pegar um ônibus, sem depender de outras pessoas. Meus filhos já estão todos encaminhados, agora é minha vez”, garante. Francisco agradeceu ainda a equipe por ter ido até a Ceapi. Segundo a coordenadora do Brasil Alfabetizado (Bralfa) na Seduc, Antonia Dias do Nascimento, tanto as inscrições quanto as aulas acontecerão no próprio local, já que facilita a vida dos trabalhadores, que têm uma rotina muito cansativa. “Cerca de 80% do público da Central são analfabetos. Ano passado tínhamos 24 mil alunos matriculados no primeiro segmento da EJA, que é o ensino fundamental, da alfabetização ao quinto ano. Em 2016 nossa meta é conseguir matricular, pelo menos, 70% desse público que está fora da sala de aula”, explica Heloisa Monteiro, coordenadora de ensino da Unidade de Jovens e Adultos da Seduc.