Menos da metade da população do Piauí foi ao dentista entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em convênio com o Ministério da Saúde e em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Somente 42% dos piauienses fizeram consultas, o que coloca o estado com a sexta menor proporção de idas ao odontólogo.
Segundo o relatório divulgado nessa sexta-feira (4), o Piauí fica atrás apenas do Ceará (41,9%), Rondônia (40,8%), Amapá (39,1%), Pará (35,5%) e Maranhão (34,6%). Em Teresina, 46,2% dos habitantes foram ao dentista. Além disso, a pesquisa apontou que a proporção de pessoas que realizaram consultas odontológicas é maior para as mulheres, com 45,7%, do que para os homens, com 38%.
O levantamento também mostra que a proporção de consultas odontológicas aumenta quanto maior o nível de instrução. Apenas 33,9% da população piauiense sem instrução ou ensino fundamental incompleto foi ao dentista, proporção que vai a 47,1% entre aqueles com ensino fundamental completo ou médio incompleto. A proporção chega a 54,1% entre as pessoas com ensino médio completo ou superior incompleto e alcança 66% da população com ensino superior completo.
Sete a cada dez pessoas foram ao médico
Em contrapartida, 71,8% da população piauiense foi ao médico entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020. Apesar de alto, o percentual é inferior a média nacional que é de 76,2%. Já em Teresina, 77,8% dos habitantes realizaram algum tipo de consulta ou procedimento em unidades de saúde.
Em todos esses lugares, a proporção de mulheres que procurou atendimento médico foi superior à dos homens. No Piauí, o percentual foi de 64% para homens e 79,2% para mulheres; em Teresina, foi de 71,5% para homens e 83,2% para mulheres.
Das pessoas que procuraram consulta médica especificamente nas duas últimas semanas anteriores a pesquisa, no Piauí, 76,9% conseguiram o atendimento na primeira tentativa. O percentual do estado foi superior à média do país (73,6%) e ao percentual de Teresina (62%).
Ao todo, 89,2% da população piauiense que buscou atendimento nas duas semanas anteriores à pesquisa conseguiu a consulta, independentemente da quantidade de tentativas. No Brasil, foram 86,1% e 82,7% em Teresina.
Internações no Piauí
De acordo com a pesquisa do IBGE, 81,9% das pessoas que tiveram que ser internadas no Piauí ficaram em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). O percentual é maior que a média nacional, que é de 64,6%. Em Teresina, a proporção foi de 60,4%, quantidade acima da média das capitais do país, que é de 47,3%.
No Piauí, a proporção de internações pelo SUS é maior entre as pessoas com rendimentos domiciliares per capita mais baixos: 96,5% daqueles que ganham até 1/4 de salário mínimo e 96,8% dos que têm rendimento entre 1/4 e meio salário mínimo e precisaram de internação. Entre os domicílios com rendimento domiciliares per capita mais de cinco salários mínimos, não houve internações pelo SUS no período investigado pela pesquisa, apenas em estabelecimentos privados.
Conforme o PNS, as pessoas pretas e pardas também tiveram proporções de internação no SUS superiores às pessoas de cor branca. No Piauí, 69,6% das pessoas brancas que precisaram de internação ficaram em hospitais do SUS, enquanto entre as pessoas pretas o percentual foi de 86,9% e entre as de cor parda foi de 86,1%.