Os médicos do Piauí iniciaram nesta terça-feira (4) uma paralisação em protesto ao corte de pontos, após a instalação do ponto eletrônico nos hospitais. De acordo com o sindicato da categoria, durante três dias serão mantidos apenas os atendimentos de urgência e emergência.
Quem procurou cedo o ambulatório azul do Hospital Getúlio Vargas (HGV), por exemplo, não conseguiu atendimento. Para ajudar os pacientes, a direção da unidade se antecipou e colocou avisos informando que as datas de remarcações das consultas.
"Esse problema vem se arrastando há muitos meses. Todo esse caso foi criado pelo secretário de administração, pois avisamos das falhas do sistema de controle biométrico e que na prática não era possível ser aplicado aos médicos. Nós não temos horários certo de entrar e sair", explicou o presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí, Samuel Rêgo.
Para resolver o problema, a categoria surgeriu aplicação de controle de pontos através de metas e exigiu uma reunião com o governador ou secretário de governo. Samuel Rêgo acredita que o sistema implantado prejudica a atuação do médico e os pontos dos médicos vão continuar sendo cortados.
"Queremos tentar resolver isso da melhor maneira possível, com pagamento de horas extras. Não tem condições de estabelecer que o médico vai atender diariamente 16 pacientes em 3h ou 5h, isto depende da gravidade de cada caso. O cirurgião não tem como deixar uma operação para bater o ponto", pontuou.
Em resposta, o governo do estado alegou que o ponto eletrônico nas repartições públicas foram instituitos ainda em 2005 e este ano foi assinado um decreto pelo governador Wellington Dias (PT), que estabelece a aplicação do sistema para todas as categorias.
"O governador em reunião com o secretário de saúde entendeu que não houve empenho por parte das direções dos hospitais em cumprir o decreto. Como não é uma falha somente dos servidores, foi instituda uma folha suplementar em relação às faltas deste mês e que entrasse em vigor todas as determinações estabelecidas", informou o secretário estadual de administração, Franzé Silva.
Para o secretário, a população não deve pagar o médico por 6h ou 8h e o profissional estabelecer a meta de 10 a 15 pessoas por dias. Ele reafirmou que vai acionar a Procuradoria-Geral e o ponto eletrônico será mantido.