Publicada em 22 de Novembro de 2015 �s 10h49
Articulação de gênero, representatividade feminina nos espaços de poder, violência contra mulheres e políticas públicas implantadas no Piauí foram algumas das temáticas abordadas pela vice-governadora do Piauí, Margarete Coelho, nesta sexta-feira (20), durante a palestra "Quantas mulheres cabem dentro de uma mulher?”, ministrada no auditório da Faculdade Santo Agostinho (FSA). Em meio a uma roda de bate-papo, cerca de 400 acadêmicos dos cursos de Direito, Administração, Serviço Social e Engenharia, juntamente com professores, trocaram ideias sobre as dificuldades, preconceitos e desafios enfrentados atualmente pelas mulheres.
O professor Otoniel Oliveira Bisneto disse que a metodologia pedagógica adotada em formato de palestra surgiu a partir de uma necessidade dos alunos. “Ouvimos o que os alunos queriam e como eles gostariam de tratar esse tema contemporâneo. Acredito que a educação seja um caminho, não seja uma porta de saída e, sim, de entrada", declarou.
"Hoje o ciclo de reflexões começa ser quebrado e se houver essa reprodução sem formalidades, que muitas vezes acabam engessando o ato de ensinar e aprender, conseguiremos fazer frente à violência seja contra mulher, negro, criança e adolescente dessa forma tranquila e leve”, explicou.
Em sua fala, Margarete Coelho exemplificou por meio de fatos e comportamentos existentes na sociedade nos dias de hoje que são machistas e precisam ser discutidos por homens e mulheres. A questão sobre as lutas feministas da metade do século XX na prova de Ciências Humanas do Enem deste ano, onde citou a frase de Simone de Beauvoir “Não se nasce mulher, torna-se mulher", foi um dos exemplos comentados com os acadêmicos. Segundo a vice-governadora, a democracia tem um débito com os problemas das mulheres e ressaltou a necessidade de se ter mais mulheres nos espaços de poder para atender, resolver e planejar políticas públicas voltados para mulheres, que são vitimas da violência doméstica, feminicídio e até mesmo das desigualdades da sociedade .
“As mulheres têm dificuldades de exercer todos os direitos de que a cidadania lhe garante. Há diversos pontos e vozes falando sobre isso, mas ao mesmo tempo há um deserto enorme naquilo que se diz respeito às políticas públicas de proteção a mulher e nossas casas legislativas que não chega a 10% de representação feminina”, destacou.
Para a estudante do 7º período de Direito, Marielly Freitas, o diálogo com Margarete Coelho proporcionou esclarecimentos importantes e abriu os horizontes dos jovens para a busca da construção de um futuro melhor. “É extremamente importante que as mulheres falem sobre feminismo. As ideias que a vice-governadora colocou nesse encontro são ideias de igualdade. Se você as deixa debaixo da mesa isso prejudica a causa", afirmou.
"Então, pessoas, mulheres como a vice-governadora, que trazem para cima da mesa a conversa, a importância da mulher na sociedade devem ser priorizadas e valorizadas. Como a questão do ENEM que trouxe a violência que ainda é persistente, ela ocasionou uma discussão para cima da mesa e que é extremamente importante para construção de um futuro melhor para nós, nossas filhas, netas e mães que ainda hoje sofrem muito com isso ”, pontuou.