Publicada em 11 de Novembro de 2015 �s 17h34
Os últimos dados estatísticos com enfoque na violência contra as mulheres foi destaque na fala da vice-governadora Margarete Coelho, durante a abertura do lançamento da campanha “16 dias de Ativismo pelo fim da violência contra as Mulheres”, que ocorreu nesta terça-feira (10), no Tribunal de Justiça do Piauí.
O evento, promovido pela Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (CMPM), reuniu centenas de homens e mulheres para a palestra “Sobrevivi... Posso contar”, proferida por Maria da Penha Maia Fernandes, mulher que dá nome à lei nº 11.340/2006 que combate a violência contra a mulher.
“Nós mulheres estamos muito cansadas de termos os nossos problemas discutidos no gueto. Queremos os homens nestes debates. Problema de mulher não é só problema das mulheres, é problema da democracia, do estado, da sociedade, problema de todos nós. Gostaria de parabenizar a organização do evento por ter se preocupado em ter uma platéia mista. É assim, que temos que vencer as nossas dificuldades, homens e mulheres de mãos dadas, reconhecendo que o déficit democrático causado pela baixa representatividade das mulheres e pelos grandes índices de violência contra a mulher é problema de todos”, afirmou a vice-governadora no inicio do seu pronunciamento.
Segundo ela, o estado tem ouvido todos os movimentos e destacou a importância de se trazer para a realidade do Piauí as estatísticas das pesquisas divulgadas nacionalmente envolvendo a violência contra as mulheres. “Vários índices, pesquisas e estáticas proliferam-se todos os dias, são vários os discursos. O lugar da mulher é polifônico mesmo. Nós ouvimos vozes de todos os setores e de todos os ambientes. Mas, temos que conhecer e analisar esses dados, referendá-los para que possamos trabalhar com muita clareza o que é a violência contra a mulher que se revela de todas as formas”, explicou.
Para Margarete, os índices revelados precisam ser analisados e trazidos para nossa realidade a fim de qualificar e padronizar a linguagem das estatísticas criminais para que não ocorram erros que dificultem políticas públicas efetivas. “As últimas estatísticas surgidas e vindas do Serviço Único de Saúde (SUS) traz índices alarmantes de homicídios que servem para analisar a seguinte questão, nós temos uma polifonia a favor das mulheres, mas, nós temos também uma polifonia contra as mulheres. O que se percebe é que há discordância entre os índices de violência do SUS com os da segurança pública. Por isso, percebo que a nossa rede está armada, mas ela não está balançando. Ou seja, a mulher está procurando um serviço de saúde porque precisa, é vital e ela quer sobreviver. Mas, ela não confia no aparelho do estado porque não procura o sistema de segurança pública” disse.
De acordo com a vice-governadora, o estado foi vanguardista na unificação dos sistemas de comunicação e na implantação do Núcleo de Feminicídio. “Isso precisa ser visto com muito cuidado e o Piauí já começou a fazer a interseção e unificação dos sistemas de informações. A lei garante e obriga que o sistema de saúde se comunique com o serviço de segurança afim de que aja uniformidade nesses dados tornando o sistema eficiente. Estamos em um momento de analisar os índices que vem se revertendo. Antes as mulheres eram mais agredidas dentro de casa e hoje constatamos que a mulher é cada vez mais agredida na rua. A lei do Feminicídio veio para atender as mulheres que não eram incluídas na Lei Maria da Penha por não haver proximidade entre o agressor e a vítima”, enfatizou.
CAMPANHA
Em uma mobilização anual, a campanha integra diversos atores da sociedade civil e poder público simultaneamente. Cerca 160 países aderem ao movimento que inicia em 25 de novembro, no Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher, e segue até o dia 10 de dezembro, no Dia Internacional dos Direitos Humanos, passando pelo 6 de dezembro, que é o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.