Uma manifestação a favor do governo Dilma Rousseff movimentou o Centro de Teresina na tarde desta quinta-feira (20). Segundo a organização, três mil pessoas participaram do protesto que defendia a democracia e a permanência da presidente no governo. Além disso, criticava os protestos do domingo (16), aumento de taxas e ajustes fiscais. A polícia calculou os participantes em um mil pessoas.
As manifestações desta quinta-feira são uma reação organizada por partidos e entidades civis às manifestações de domingo, que pediram o impeachment da presidente Dilma.
A concentração do protesto aconteceu na Praça Pedro II e os manifestantes seguiram a pé até a Avenida Frei Serafim, mas sem interditar a via ou prejudicar o trânsito de veículos. Agentes de trânsito foram enviados ao local para conduzir o tráfego e policiais militares fizeram o policiamento da manifestação, que foi pacífica.
Segundo a organização, manifestantes de mais de 15 municípios piauienses fizeram questão de vir à capital para se unir ao protesto. A manifestação contou ainda com a participação de grupos sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Sindicato dos Comerciários, a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (FETAG), o Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte), representantes da categoria dos vigilantes e a Federação das Associações dos Municípios do Piauí (Famepi).
De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Piauí, Paulo Bezerra, o local onde acontece a concentração da manifestação foi escolhido pela sua história. Ele contou que na época da ditadura, a praça era palco de movimentos sociais, especialmente quando o país gritava pelo fim do golpe militar e da ditadura.
“Não podemos ser submetidos a um congresso conservador. Atualmente, estamos vivendo um retrocesso e, com isso, acaba tirando os direitos dos trabalhadores. Neste momento, o governo faz uma gestão ruim, mas é preciso manter a democracia para continuarmos avançando”, disse.
A representante do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte) no Piauí, Odenir Silva, criticou os protestos do último domingo. Ela acredita que a saída da presidente não seria a solução para o país.
"O ato de hoje é em defesa da democracia. Também protestamos para mostrar que somos contrários à política de ajuste fiscal do governo que aumenta o desemprego e as taxas de juros. Queremos sim, mudanças, mas elas só virão com o povo se impondo", contou.
A militante e presidente das Associações de Moradores e Conselhos Comunitários do Piauí (FAMCC), Neide Carvalho, afirmou que o ato defende democracia e é contra os pedidos de intervenção militar. "Viemos aqui reafirmar aqui nossa posição contra o impeachment porque se isso acontecer, isso seria retroceder. Temos criticas com relação ao governo da Dilma, mas sabemos o que é a ditadura e não a queremos nunca mais", disse.