O candidato ao governo do Piauí pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Maklandel, disse nesta terça-feira (19), em entrevista ao PI TV 2ª Edição, que sua inexperiência administrativa não vai atrapalhar o seu governo. Ele disse ainda que as tarifas dos transportes serão zeradas e que irá implementar a reforma agrária no estado como forma fixar o agricultor familiar, abastecer as cidades e baratear o custo dos alimentos (veja acima a íntegra da entrevista).
“Vamos implementar a reforma agrária e isso não é uma medida socialista não. Quase todos os países capitalistas desenvolvidos fizeram isso. A agricultura familiar e reforma agrária é uma maneira de fixar o piauiense no Piauí e garantir que o estado se desenvolva junto com cada cidadão. É importante fazer a reforma com o apoio financeiro, técnico e logístico de comercialização. Assim conseguiremos fixar o agricultor, produzir, abastecer as cidades e baratear os custos dos alimentos”, disse.
O candidato, que é advogado e professor, foi questionado sobre a sua falta de experiência na administração pública e o que o credenciaria para exercer o cargo. Maklandel afirmou que estava apto ao cargo pelo compromisso com a coisa pública, pela capacidade de dialogar com os movimentos sociais e de construir um Piauí mais justo.
“Não acredito que falta de experiência possa prejudicar, principalmente levando em consideração as experiências administrativas dos outros candidatos que já foram governadores e estão se propondo a governar novamente. Qual foi a herança que eles nos deixaram? Como estão a segurança, saúde pública, as 150 mil famílias sem teto e as 250 mil famílias sem terra?”, respondeu sobre a questão.
A pergunta seguinte se referiu ao socialismo, que está extinto há 23 anos na Europa e em praticamente todo o mundo. “Como seria a construção do socialismo no Piauí”, questionou a jornalista Denise Freitas.
“Será uma construção coletiva, o povo vai participar da gestão pública, definindo as prioridades e os investimentos do estado no orçamento popular participativo que iremos organizar. Na medida que o estado atende suas demandas, que são elencadas pela própria população, nós estamos socializando os recursos que outrora eram destinados ao atendimento de demandas que eram de grupos empresariais que financiam as campanhas milionárias. Nós acreditamos que empresas não financiam campanhas, elas investem em campanhas”, afirmou.
Os protestos de junho e julho e as pautas das manifestações foram amplamente apoiados pelo PSOL. Uma das principais reivindicações era o barateamento da tarifa pública de transporte e/ou a implementação do passe livre. Caso eleito, Maklandel garantiu que tornará a tarifa zero.
“O nosso partido tem uma proposta nacional que é a de implementar a tarifa zero. A nossa candidata (a presidência), Luciana Genro, propõe implementar a tarifa zero em cima do superávit primário, em cima do que o país paga de juros de amortização da dívida pública, que já foi constatado que é 80% ilegal. Então, em cima desses recursos vamos garantir as políticas sociais: saúde, educação, segurança, assim como a mobilidade urbana”, disse afirmando que essa medida não quebraria o estado. “Muito pelo contrário, temos exemplos claros como no Equador, onde 70% da dívida pública foi considerada ilegal e o estado não bancou. Hoje é um do estados da américa Latina que mais crescem, cerca de 4 ou 5% enquanto o PIB do Brasil cresce 2%”.
Maklandel encerrou a entrevista com um discurso de resgate do Piauí. “É necessário o voto no 50 para passar o Piauí a limpo, fazer uma auditoria na dívida pública, nas obras e resgatar o Piauí para o seu povo. Quitar a dívida histórica contraída por esses oligarcas que se propõe a governar o estado. Quitar a dívida histórica com moradia, com a posse da terra para o pequeno agricultor e a saúde”, finalizou.