Um levantamento feito pelo G1 mostra que somente neste ano, 20 agências bancárias, 21 agências dos Correios e sete terminais de autoatendimento foram alvos de ações criminosas no Piauí. As quadrilhas têm atuado quase que da mesma forma: usando explosivos e detonando cofres e caixas eletrônicos. Este cenário de insegurança deixa trabalhadores temerosos e na ânsia por investimentos em segurança.
Os roubos têm sido recorrentes na capital e no interior. Geralmente, os bandos que atuam nas pequenas cidades, dirigem-se à delegacia, entram em confronto com os policiais, enquanto outros integrantes roubam as agências usando explosivos.
Por diversas vezes, os criminosos atuam num curto intervalo de tempo em mais de um município, como aconteceu na semana passada nos municípios de Francinópolis, São Félix do Piauí e São Cruz dos Milagres. Durante a fuga, espécies de grampos são jogados no asfalto e o carro usando pela quadrilha é incendiado.
O G1 fez um levantamento e identificou, de acordo com o que foi noticiado, que este ano foram 21 agências dos Correios alvo de roubos. Também neste ano sete locais, dentre instituições de ensino, comércios e serviços, onde existem terminais de autoatendimento foram alvo de explosões na capital. Alguns chegaram a ser desinstalados, como na Universidade Federal do Piauí e no Aeroporto de Teresina.
Segundo o Sindicato dos Bancários do Piauí, foram 20 agências e postos bancários alvo de roubos no estado em 2016, estes referentes a espaços onde possuem funcionários atuando. Em 2015, foram 30 ações criminosas contra os bancos, deixamdo os funcionários em situação vulnerável.
“Vemos isso com uma preocupação muito grande. Os banqueiros, que ganham bilhões tirando do suor do trabalhador e das altas tarifas bancárias, devem dar segurança ao seu patrimônio e aos servidores. O estado não oferece segurança nem para a sociedade como um todo, imagine para cada agência bancária”, disse o vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí, Odaly Medeiros.
Roubos a carros-fortes que iriam abastecer instituições financeiras também têm sido recorrentes. Foram quatro casos registrados neste ano, dois somente em uma semana, sendo que no último episódio, os criminosos renderam os malotes de três veículos que iriam abastecer Floriano e cidades vizinhas.
Investigações
No Piauí, as investigações seguem com a Polícia Federal e o Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), da Polícia Civil. De acordo com o delegado Carlos César Camelo, 60 pessoas já foram presas de 2015 até novembro deste ano. Ele cobra maior rigor do judiciário para manter presos os envolvidos nestes crimes.
“Muitas vezes, são indivíduos que foram presos anteriormente, estão soltos e não deixam muitos vestígios das ações criminosas. Trabalhamos em um sistema, tudo tem que funcionar em perfeita harmonia. Se não tivermos a condenação prisional destes indivíduos vamos ter uma situação cada vez pior”, disse o delegado em entrevista à TV Clube.
Uma quadrilha formada por cinco pessoas, dois homens e três mulheres, suspeitos de explodirem caixas eletrônicos e pratica tráfico de drogas foram presos no dia 14 de novembro, em Teresina. Com eles, a polícia apreendeu materiais usados nos roubos e teve acesso a áudios que revelaram como funcionava o esquema criminoso.