O número de pessoas que deram entrada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) em 2015 vítimas da imprudência dos condutores de veículos nas ruas na capital já ultrapassa as quatro mil. Segundo dados do Projeto Vida no Trânsito, em 2014, foram 119 pessoas mortas nas ruas e avenidas de Teresina decorrentes de acidentes, sendo 601 vítimas com ferimentos graves.
De acordo com o educador de trânsito José Alberto Brito, o crescimento no número de acidentes está ligado diretamente à má formação do condutor. Para ele o problema é de educação que deve começar ainda quando criança.
"Pela psicologia, a personalidade de uma pessoa se forma até os sete anos de idade. Então, já seria papel da família poder educar este menino para uma melhor formação da sua personalidade. Quando chega a idade adulta, fica mais difícil e complicado trabalhar na educação dessa pessoa", contou.
Na semana passada, usando uma câmera escondida, o G1 flagrou autoescolas de Teresina burlando uma Lei Federal e fraudando o sistema de biometria usado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Com o flagrante, foi constatado que alguns instrutores não cobram a presença de alunos que já têm noção de direção em aulas práticas, mesmo sendo obrigatórias. Sem o preparo para dirigir um carro ou pilotar uma motocicleta, os alunos registram a presença e vão embora sem assistir às aulas.
Para quem trabalha com a formação do condutor, como o instrutor Gilson Medeiros, é preciso mais do que atenção e aprender a dirigir. "Você está carregando uma vida do lado e fora do carro ainda tem outras vidas. Segurança em primeiro lugar, porque o veículo não é só conforto e utilidade, mas também pode se tornar uma arma se manipulado de qualquer forma", contou.