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Lula diz que Dilma 'tem que ir

Lula diz que Dilma 'tem que ir para a rua conversar com o povo'

Publicada em 03 de Julho de 2015 �s 17h59


 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (3) que a presidente Dilma Rousseff "tem que ir para a rua conversar com o povo" em vez de "ficar na televisão ou na internet ouvindo os que falam mal dela". O petista, que também defendeu que ela bote "o pé na estrada", deu conselhos para sua sucessora durante fala para petroleiros.

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Lula participou da 5ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP), em Guararema (SP). Recebido ao som de “Olê, olê, olá, Lula, Lula”, o ex-presidente vestia um macacão laranja, idêntico aos dos sindicalistas, com o nome “Lula” bordado em branco no canto esquerdo.
"Eu penso que ela [Dilma] tem que priorizar andar por esse país. Ela tem que botar o pé na estrada. Ao invés de ficar na televisão ou na internet ouvindo os que falam mal dela, ela tem que ir para a rua conversar com o povo, que está torcendo e querendo que ela governe esse país da melhor maneira possível", afirmou Lula.

Para o ex-presidente, 2015 vai ser um ano difícil para o país e a presidente precisa mostrar ao povo as dificuldades e perspectivas.

"Nas horas mais difíceis não tem outra alternativa a não ser encostar a cabeça no ombro do povo e conversar com ele. Mostrar quais são as dificuldades e mostrar quais são as perspectivas. Eu acho que a gente vai ter um 2015 difícil. Todos os cenários apontam que vai ser difícil. Eu passei décadas difíceis nesse país. Quem viveu a década perdida sabe do que eu estou falando. Mas eu estou convencido que a presidenta Dilma vai ser motivo de orgulho até o final do mandato dela", completou Lula.

'Pequeno aperto' na economia
Lula também saiu em defesa do governo Dilma Rousseff e listou uma série de medidas recentemente anunciadas da chamada “agenda positiva” do governo federal, como programas de investimento na agricultura.
O ex-presidente justificou o “pequeno aperto” na economia agora para garantir o crescimento e pediu tolerância com a petista. “Ser exigente não é xingar a presidente”, declarou, criticando quem se vale do anonimato nas redes sociais para falar mal do governo. “Em 2003, não sei quantos de vocês me xingaram, mas, naquele tempo, a internet não tinha tanta força. Então, me xingaram em silêncio”, disse.

Lula disse, ainda, haver um “mau humor” contra o governo, e reiterou suas críticas à imprensa, que, para ele, só ressalta aspectos negativos. “Acho que tem gente que dá a notícia a mais negativa possível para desestabilizar o governo e criminalizar o PT”, afirmou.

O ex-presidente petista também admitiu que a situação no país não é boa, mas afirmou considerar que a atual conjuntura está melhor do que no início de seu mandato.

“Quando comparamos que a coisa não está boa, comparamos conosco, mas a gente tem que comparar com o país que nós herdamos”, afirmou. “Tenho muito orgulho de ter visto o povo brasileiro viver o seu melhor momento de autoestima. Nunca os brasileiros tiveram tanto orgulho de serem brasileiros.”
Segundo ele, a presidente Dilma tem a obsessão de trazer a inflação para o centro da meta. “Vejo críticas, e esquecem quanto era a inflação quando me entregaram o país, era de 12,5%”, disse, acrescentando que pede todo dia para que Dilma não perca a “tranquilidade”. “Eu peço a Deus todo dia para a Dilma não perder a tranquilidade. É nessas horas que a gente tem que provar por que fomos eleitos”, completou.

Redução da maioridade penal
Em seu discurso, Lula também criticou a redução da maioridade penal aprovada pela Câmara dos Deputados na madrugada desta quinta-feira (2). Ele disse que o Congresso joga “nas costas de meninos de 16 anos” o que o Estado não faz.

“O Congresso quer jogar nas costas de meninos de 16 anos a responsabilidade do que governos não fazem”, afirmou.
Na madrugada desta quinta-feira (2), a Câmara aprovou, em primeiro turno, proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz de 18 para 16 anos a idade penal para crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. A aprovação ocorreu um dia após matéria de teor semelhante ser rejeitada pelo plenário.
“Será que o estado brasileiro cumpriu com as suas obrigações com os jovens de 16 e 17 anos?”, questionou Lula, para completar em seguida: “O Estado, que não cumpriu com as suas obrigações, resolve acabar com a violência colocando moleque na cadeia”, declarou. Apesar da “dívida histórica” que apontou, do país com os jovens, ele afirmou que os governos petistas "avançaram muito".
Ele reconheceu, no entanto, que a redução tem o aval da maior parte da população. “Eu sei que é um tema que, se for para plebiscito, possivelmente ganha, assim como a pena de morte”, afirmou.

Petrobras
Lula usou parte do seu discurso para enaltecer as conquistas da Petrobras e falar da descoberta do pré-sal. “Tenho muito orgulho da empresa, que representa praticamente quase 13% do PIB”, disse.
Sobre o escândalo de corrupção na estatal, Lula disse que, “se alguém de dentro da Petrobras ou de fora fez alguma sacanagem ou roubou, essa pessoa que pague”

Tags: Lula diz que Dilma - O ex-presidente Luiz

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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