Protagonistas de "Julio Sumiu" , Lilia Cabral e Fiuk conversaram com o Purecine sobre o novo filme de Roberto Berliner e sobre outros assuntos relacionados à cinema, como a morte repentina de José Wilker, aos 69 anos. Em "Julio Sumiu", Lilia interpreta no filme a angustiada Edna, mãe de Julio (Pedro Nercessian), um jovem militar responsável e caseiro que da noite para o dia some de casa. Diante do pouco caso que a polícia faz sobre o desaparecimento, Edna então passa a procurar pelo filho a sua maneira.
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"O filme é uma comédia muito bem dirigida e a gente tinha a preocupação de não deixar o roteiro cair no campo da brincadeira por causa do sofrimento daquela mãe. A personagem olha sempre para o lado positivo das coisas. Ela acredita que de fato pode subir o morro e resolver as coisas por si só e assim encontrar o filho desaparecido. Os personagens foram muito bem construídos e o público entendeu o drama daquela mulher, mesmo em meio a comédia. A gente tinha nas mãos um roteiro muito inteligente. Foi um trabalho muito difícil e harmonioso. A gente trabalhou bastante em cima do livro e todo mundo deu seu máximo pelo projeto", explicou Lilia ao Purecine.
A atriz contou que não é adepta de situações de improviso e que colaborou mais no set de filmagens de outras formas. "Comigo não tinha muito improviso. Eu costumo trabalhar muito focada e concentrada. Então não fugiu muito do que era previamente estabelecido. Uma das coisas com as quais colaborei nesse sentido foi a questão do "incenso de maconha". Porque a personagem não sabe de nada que passa na vida do filho nesse sentido. Ela não entende o cheiro estranho que saía do quarto do filho e pensava realmente que fosse algum tipo de incenso", afirmou Lilia, aos risos.
Sobre ser mãe de Fiuk no novo longa, que encarna o outro filho de Edna, Silvio, Lilia foi só elogios para o ator e cantor de 23 anos. "Quando eu soube que trabalharia com o Fiuk, eu adorei a ideia. Até porque ele traz muito da genética do Fábio (Jr.). Realmente me deu orgulho no set de filmagens. Ele é um garoto super profissional, que chegava cedo para filmar, dedicado e que queria colaborar muito. Eu acho que o Fiuk ainda vai muito longe na carreira dele. Gravar junto com ele foi uma experiência surpreendente", definiu Lilia ao Purecine.
E a recíproca é verdadeira já que Fiuk também afirma que ter estado ao lado de Lília Cabral foi um ponto alto de sua carreira. "Trabalhar com a Lilia foi muito especial. Era uma honra estar ao lado dela no set, um verdadeiro presente. Quando a gente foi fazer a leitura do roteiro pela primeira vez eu não acreditei que estava na frente da Lilia Cabral. E ela é uma profissional tão visionária, que ajuda na elaboração das coisas relacionadas ao filme. A Lilia também é uma mulher que consegue ser despir de qualquer vaidade, um ser humano realmente maravilhoso", disse Fiuk.
Na entrevista para o Purecine, o filho de Fábio Jr. ainda lembrou o seu início de carreira, quando estrelou "As Melhores Coisas do Mundo (2010), de Laís Bodansky, na pele do adolescente Pedro. Segundo Fiuk, aquela foi uma época de bastante insegurança e dúvidas. "Quando eu participei do meu primeiro filme, "As Melhores Coisas do Mundo", foi uma novidade, um sonho que estava realizando. Ao ser indicado para fazer teste para o longa da Laís (Bodanzky) apenas me disseram "seja verdadeiro, faça com amor". E foi isso que eu fiz desde então", afirmou Fiuk. E parece que a sugestão deu certo, tanto que o intérprete de Silvio em "Julio Sumiu" se sentiu muito mais à vontade da segunda vez.
"Eu me sentia melhor no set do que na minha própria casa. Eu encarei o longa com certa insegurança e aos poucos o Roberto (Berliner) foi me fazendo sentir à vontade e me dando força para realizar o trabalho da melhor forma possível", completou Fiuk. Sobre projetos futuros no cinema, o ator e cantor foi vago: "Agora eu estou gravando uma ponta para um longa que ainda não posso entrar em detalhes".
Morte de José Wilker
A atriz de "Julio Sumiu" também falou ao Purecine sobre o falecimento repentino de José Wilker, aos 69 anos de idade, no último dia 5, e disse que foi muito difícil o momento em que soube da morte do colega. "Eu senti muito a morte do Zé (José Wilker). Há pouco tempo ele inclusive tinha me convidado para ser entrevista no programa dele no Canal Brasil. A gente era praticamente vizinho porque ele mora no meu bairro, mais especificamente na rua de cima a minha", lamentou. Lilia ainda aproveitou para lembrar algumas características marcantes da personalidade de Wilker.
"O Zé (José Wilker) era um grande contador de histórias, todo mundo ficava maravilhado ao escutar os causos que ele tinha a dizer. Foi realmente uma ruptura a morte dele. Ele era um ator tão contemporâneo, tão inteligente. Todo mundo parava para escutar o que ele tinha a dizer, mesmo que ele não fosse o dono da verdade. Um cara muito culto que não aparentava ter a idade que tinha. Acho que por isso que senti tanto a morte dele. Eu esperava que ele continuasse atuando por aí por muitos e muitos anos. Eu estava em Natal (RN) quando recebi a notícia e foi um verdadeiro baque. Ninguém esperava por aquilo", disse a Edna de "Julio Sumiu", que estreia nos cinemas brasileiros nessa quinta-feira, 17 de abril. O longa também traz no elenco Dudu Sandroni, Leandro Firmino, Carolina Dieckmann, Stepan Nercessian e Augusto Madeira.