L�bia se v� � beira do caos tr�s anos ap�s queda de Gaddafi

Publicada em 29 de Julho de 2014 �s 13h30

Imagem: �A viol�ncia na L�bia, que j� dura h� meses, assumiu uma nova dimens�o. Com mais de cem mortos em duas semanas de confrontos, combates que se intensificam perto de Tr�poli e em Benghazi, uma amea�a de explos�o em um gigantesco dep�sito de gasolina na entrada da capital, al�m de cortes de �gua, energia el�trica e internet, confirma-se a aus�ncia de uma autoridade central, e os estrangeiros est�o deixando o pa�s o mais r�pido poss�vel. A L�bia entrou em um conflito que � ainda mais amea�ador pelo fato de apresentar dimens�es m�ltiplas, misturando fatores locais e internacionais. Tr�s anos ap�s a queda de Tr�poli em agosto de 2011, o caos prometido pelo L�der l�bio, Muammar Gaddafi (morto tr�s semanas depois em Sirte), parece a ponto de tomar conta da L�bia. Em 2011, ap�s meses de combates e uma interven��o da Otan, com ataques a�reos e apoio clandestino aos rebeldes, a capital l�bia caiu nas m�os de uma coaliz�o de brigadas origin�rias de diferentes cidades. Atualmente, esses grupos est�o disputando o controle da capital, enquanto outros se enfrentam na Cirenaica, tendo como pano de fundo a corrida pelo controle dos recursos petroleiros, o avan�o ou o aniquilamento de grupos armados islamitas, e uma briga de influ�ncias entre padrinhos financiadores do Golfo (Emirados �rabes Unidos, especialmente), resultando em uma exposi��o do pa�s ao risco de caos, como a Som�lia no in�cio dos anos 1990, quando rebeldes aliados para expulsar Siad Barre em seguida devastaram Mogad�cio e destru�ram as estruturas do Estado. Isso quer dizer que o endurecimento dos combates na entrada sul de Tr�poli, mas tamb�m em Benghazi, ao leste, representa uma amea�a ao pa�s. Ainda mais porque outras regi�es, como o sul ou zonas pr�ximas da capital, onde atualmente n�o h� combates, tamb�m est�o sujeitas a uma fragmenta��o dos governos locais. As elei��es de 25 de junho foram, a sua maneira, um dos detonadores da situa��o atual, devido � influ�ncia pol�tica da tend�ncia islamita. Mas as alian�as v�o bem al�m disso, ainda que aparentemente tenha sido somente pelo controle do aeroporto de Tr�poli que os combates estouraram no dia 13 de junho. A brigada origin�ria de Zint�n (uma cidade a uma centena de quil�metros ao sudoeste de Tr�poli, muito ativa durante a guerra anti-Gaddafi), ainda controla o aeroporto e resiste aos ataques da brigada de Misrata (porto da costa leste de Tr�poli). O local do aeroporto agora est� seriamente danificado, assim como os avi�es de linha l�bios que n�o puderam ser evacuados de �ltima hora para Malta por pilotos heroicos. Falta de combust�vel � vista Para piorar, come�ou um inc�ndio no domingo (27) � noite nos reservat�rios de combust�vel da empresa Brega (cerca de 6 milh�es de litros), ao sul da cidade. A explos�o desse estoque de hidrocarbonetos poder� ter consequ�ncias incalcul�veis. Ainda que o inc�ndio seja controlado, a falta de gasolina dever� se tornar dram�tica. Essa possibilidade n�o assusta os combatentes de Zint�n e Misrata. Essas duas brigadas haviam participado do ataque a Tr�poli de agosto de 2011. Com a queda da capital, cada grupo se apossou de parte dos imensos estoques de armas do regime Gaddafi e, portanto, disp�e de um poder de fogo capaz de devastar uma parte de Tr�poli. No domingo, um tiro de foguete Grad contra uma zona residencial do sul da cidade matou um grupo de 23 trabalhadores eg�pcios. Poucos voos partindo do aeroporto militar A Fran�a e o Reino Unido acabaram ordenando no domingo que seus cidad�os (uma centena, no caso da Fran�a) deixassem o pa�s o mais r�pido poss�vel. Os Estados Unidos, na v�spera, haviam evacuado sua pr�pria embaixada formando um gigantesco comboio a partir do sul de Tr�poli, onde se encontra sua representa��o diplom�tica. Sob prote��o de fuzileiros navais e de avi�es de ca�a, os ve�culos deixaram Tr�poli e chegaram � Tun�sia por terra. Alguns poucos voos ainda decolam do aeroporto militar, com certos riscos. As embaixadas da Holanda e da B�lgica foram fechadas "temporariamente". A Alemanha est� pedindo para que seus cidad�os deixem o pa�s, onde est�o expostos a "crescentes riscos de sequestros e de ataques". Um comboio da embaixada do Reino Unido foi atacado e um de seus ve�culos blindados foi alvo de tiros. Tamb�m no leste do pa�s os combates continuam. As for�as do general Haftar, aliado da brigada de Zint�n e de partes do Ex�rcito nacional, sobretudo seu componente a�reo (tendo, portanto, avi�es de ca�a), est�o desde fevereiro em disputa com uma coaliz�o na qual se encontram grupos islamitas.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:

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