"Levaram um pedaço de mim, que sempre vai fazer falta na minha vida", declarou emocionado o pai do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, durante a missa de sétimo dia da morte do filho. Apesar da morte do garoto ter ocorrido no dia 2 de abril no conjunto de favelas do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, a família decidiu realizar a solenidade somente neste domingo (12), uma semana após o seu enterro na cidade de Corrente, Sul do Piauí.
A missa de sétimo dia de Eduardo foi realizado em duas cerimônias. A primeira iniciou às 7h com concentração na praça principal de Corrente e uma multidão seguiu em caminhada até o cemitério da cidade. Familiares e comunidade vestidos com a camisa estampada com o rosto do garoto rezaram em volta do seu túmulo e ouviram os discursos dos pais da vítima.
"Eu tenho que agradecer a cada um destas pessoas presentes pela palavra de conforto e falar que levaram um pedaço de mim, que sempre vai fazer falta na minha vida. Ficou uma falha na minha familia e nunca será possível reconstruir. Chegando no Rio de Janeiro, quero avisar que a luta ainda não acabou, lá muitas águas vão rolar e onde será feita à justiça", falou José Maria, pai de Eduardo.
Muito emocionada, a mãe Terezinha de Jesus Ferreira pediu justiça e declarou que só perdoaria o policial suspeito de assassinar Eduardo, se ele trouxesse a vida do seu filho de volta. "Meu filho eu juro que vou lutar por justiça. Este maldito que levou a sua vida vai pagar por tudo", disse.
Ainda no cemitério, Terezinha participou de um momento simbólico ao trocar de camisa com a mãe de Bruno Eiji de Sousa Matimoto, morto na cidade de Goiânia em 2014. Depois todos seguiram para a Paróquia de São Francisco de Assis, no bairro Vermelhão, onde foi realizada a missa que terminou por volta das 11h.
Os pais de Eduardo só aguardavam a missa de sétimo dia para retornar para o Rio de Janeiro, onde devem ajudar a Polícia Civil nas investigações. A previsão é que eles voltem dia 17 de abril para a cidade.