A entrevista exclusiva de Jorge Kajuru com o goleiro Bruno deverá ser exibida na Band, e não no SBT. O jornalista obteve na semana passada a primeira entrevista exclusiva com o goleiro, que está preso em Contagem, Minas. Bruno, alguns amigos e parentes são acusados de envolvimento na morte da modelo Elisa Samúdio, no ano passado.
Kajuru, que tem contrato com a Esporte Interativo (emissora UHF só de esportes), obteve acesso a Bruno após meses de negociações com a defesa do ex-goleiro do Flamengo. Kajuru também tem contrato com uma rede de afiliadas do SBT, mas, contratualmente, não tem obrigação de ceder o material à emissora --que desejava o material.
Assim, ele decidiu "doar" o furo jornalístico a seu melhor amigo, José Luiz Datena, do "Brasil Urgente" (Band). A Band ainda não decidiu quando vai exibir o material. No total, a entrevista durou cerca de 1h30.
"Veja bem, não dei esse material para a Band. Dei ao Datena. Se o Datena estivesse na TV Arapiraca, ainda assim eu cederia a ele", disse Kajuru, 50, à coluna nesta quinta.
Além do SBT, Jorge Reis da Costa, o Kajuru, já trabalhou na RedeTV!, Cultura, Band e ESPN. Também fez programas exclusivos para internet. É conhecido por sua briga com cartolas, e seu temperamento explosivo já lhe rendeu inúmeras ações judiciais e inimigos.
O CASO ELISA SAMÚDIO
Elisa Samúdio foi morta provavelmente um ano atrás, depois de sumir de um hotel no Rio, para onde tinha viajado com o filho --cujo pai era Bruno. O jogador não aceitava a paternidade da criança. Durante as investigações do rumoroso caso, a polícia obteve denúncias de que Elisa fora espancada no sítio do jogador, no período do desaparecimento.
Um primo do goleiro, então menor, e o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, foram apontados como executores do crime. A defesa deles nega. Elisa era modelo e chegou a fazer filmes pornôs. Seu corpo jamais foi encontrado.
Em julho passado, a polícia indiciou o goleiro Bruno e outros suspeitos foram indiciados por homicídio, sequestro, formação de quadrilha, corrupção de menores, cárcere privado e ocultação de cadáver.
Outro acusado, Marcos A. dos Santos foi acusado por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Outros escaparam da acusação de assassinato, mas foi mantida a de cárcere e formação de quadrilha.
Questionado pela coluna a respeito de sua impressão sobre Bruno, após a entrevista, Kajuru afirmou que, embora tenha "dúvidas sobre quem cometeu o crime", ele acredita "que Bruno não participou diretamente do assassinato".