A Justiça de São Paulo revogou ontem liminar favorável ao deputado estadual Luiz Moura (PT) que anulava os efeitos da convenção estadual petista para a eleição de outubro. Com a decisão, está validada a candidatura do ex-ministro Alexandre Padilha ao governo do Estado e dos postulantes à Assembleia Legislativa e ao Congresso Nacional. O juiz Renato de Abreu Perine, da 17ª Vara Cível da Capital, menciona, entretanto, que Moura, suspeito de elo com o PCC, pode registrar seu nome no TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
No despacho de ontem, o juiz indicou que cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre eventual disputa de reeleição de Moura à Assembleia paulista ao entender que a suspensão partidária ao deputado é irregular. A decisão saiu um dia depois de o PT recorrer da liminar obtida pelo parlamentar. O petista entrou com representação na Justiça comum para cancelar a deliberação do partido em suspendê-lo pelo período de 60 dias, o que o impediu de ser incluído na chapa proporcional.
Em evento ontem, em Santo André, Padilha afirmou que o PT vai insistir na decisão firmada durante convenção. Segundo o pleiteante ao Palácio dos Bandeirantes, a legenda está “tranquila e soberana” em relação ao encontro realizado “de forma democrática” no dia 15, que estabeleceu a composição da chapa. “Diferentemente de outros partidos, o PT mostra que é implacável contra qualquer facção criminosa e pessoas que se aproximem dela”, disse, sem responder se faria campanha com Moura.
Com a possibilidade aberta pela Justiça, o deputado deve registrar sua candidatura na segunda-feira. Em contrapartida, o diretório paulista do PT, comandado por Emidio de Souza, alegou, por nota, que a sigla mantém o posicionamento firme em defesa da ética na política e o entendimento de que cabe aos partidos agir com rigor na escolha de seus filiados e candidatos. “Ficou afastada a alegação de ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa e confirmado que o partido as concedeu ao autor da ação”, diz a nota.
REFILIAÇÃO
Padilha se reuniu ontem no Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá com militantes do PT. Após a concentração, os filiados fizeram tradicional caminhada pelo calçadão da Rua Coronel Oliveira Lima para chegar ao Clube Primeiro de Maio. No local, o partido efetivou a refiliação de ex-correligionários, como o presidente licenciado da entidade e secretário de Trabalho do governo Carlos Grana (PT), Cícero Martinha, que estava no PDT. O encontro marcou o reingresso de outras 120 pessoas.