A Justiça negou um novo pedido de progressão de pena do ex-coronel Correia Lima, preso há 18 anos. A defesa pedia a transferência dele da Penitenciária Mista de Parnaíba para a Colônia Agrícola Major César, em Altos.
Contra o ex-coronel da Polícia Militar existe oito condenações, que somadas ultrapassam 131 anos de reclusão. Entre os crimes destacam-se: corrupção passiva, três homicídios triplamente qualificados, um duplamente qualificado, além de uso de moeda falsa e contra a ordem tributária.
No ano passado, os advogados de defesa entraram com o pedido para progressão do regime de pena, de fechado para semiaberto. No entanto, um novo despacho da juíza da 1ª Vara Criminal de Parnaíba, Maria do Perpetuo Socorro, negou o pedido de progressão de pena.
Na decisão, a magistrada destacou que o ex-coronel já desfrutou do regime semiaberto em outubro de 2010, quando inclusive, saiu seis vezes de forma temporária do presídio. Em fevereiro de 2011, Correia Lima foi submetido a julgamento em sessão plenária do Tribunal do Júri em Teresina e condenado a uma pena de 47 anos e seis meses de reclusão. Ocasião em que foi negado a ele direito de recorrer da sentença em liberdade, sendo recolocado no regime fechado.
Ainda de acordo com a decisão, existem mais duas novas condenações contra Correia Lima, proferidas em maio e junho este ano. Uma de 3 anos de reclusão em regime semiaberto pelo crime contra a ordem Tributária e a outra de 15 anos de prisão em regime fechado pelo homicídio triplamente qualificado contra o cabo da Polícia Militar José Honório de Barros Rodrigues.
Em nota, o advogado de defesa do ex-coronel Correia Lima, Márcio Mourão, informou ainda que respeita a decisão da Justiça, mas contesta a alteração da data base. Segundo ele, a alteração só poderia ser feita por dois motivos: falta grave dentro do presídio ou se o preso tivesse cometido um novo crime. O advogado informou ainda que Correia Lima não se enquadra em nenhuma dessas situações e por isso a data base teria que ser outubro de 1999.
Outros crimes
Em 2015, o ex-coronel da Polícia Militar, José Viriato Correia Lima, foi condenado a 25 anos de prisão em regime fechado pela morte do professor e engenheiro José Ferreira Castelo Branco, conhecido como Castelinho.
Além de Correia Lima, a esposa da vítima Ana Zélia cumprirá a pena de sete anos e seis meses em regime semiaberto. Os dois foram apontados no processo como mandantes e autores intelectuais do assassinato que ocorreu em 1999. Francisco Moreira, acusado de ser o executor, foi sentenciado a 23 anos em regime fechado.
Em 2013, após um dia inteiro de julgamento na cidade de Parnaíba, Correia Lima foi condenado a 23 anos de prisão em regime fechado pela morte do policial civil Evandro Safanelli. De acordo com a acusação, a motivação era o envolvimento do PM com uma filha adolescente de Correia Lima.
O júri entendeu que o ex-coronel foi o mandante do crime ocorrido em 1989. A sentença foi pronunciada pela juíza Maria do Perpétuo Socorro Ivani Vasconcelos, da 2ª Vara Criminal de Parnaíba.