A Justiça do Piauí negou um novo pedido do ex-policial militar Allison Wattson da Silva Nascimento, acusado de matar com um tiro na cabeça a namorada Camilla Pereira de Abreu em outubro de 2017, para não ir a júri popular. A decisão, da juíza Maria Zilnar Coutinho Leal da 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina, foi divulgada nessa sexta-feira (18).
Allison Nascimento foi pronunciado pela prática dos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. Em seu pedido, o réu alegou deficiência na sua defesa e a falta de perícia nos aparelhos de celulares de duas informantes. No entanto, a juíza avaliou que a pronúncia não deve ser anulada ou modificada.
“Embora o acusado afirme que a sua defesa é deficiente, os advogados que o defendem foram por ele constituído e desde a sua citação, praticam todos os atos defensórios e, se por faculdade própria, ultrapassaram o prazo legal para a apresentação do rol de testemunhas, não pode o acusado alegar em seu benefício, nulidade decorrente daquela conduta”, afirmou a juíza na decisão.
O réu também requereu a anulação de uma das qualificadoras do crime. Porém a juíza Maria Zilnar Coutinho Leal considerou que “no que tange à qualificadora do feminicídio, também entende-se que existem indícios da sua ocorrência, restando impossibilitada eventual retirada neste momento. Diz-se isto porque os fatos, em tese, ocorreram no contexto da violência doméstica e familiar”.
Relembre o caso
Camilla Abreu desapareceu na madrugada do dia 26 de outubro de 2017. De acordo com a polícia, na noite anterior ela e o namorado se encontraram na faculdade onde ela estudava e saíram para um bar com uma amiga.
Depois de deixar a amiga em casa, no Vale do Gavião, os dois ficaram sozinhos e a jovem não foi mais vista. Após cinco dias de buscas o corpo de Camilla foi encontrado na saída de Teresina, depois que o suspeito confessou o crime e apontou o local onde havia deixado a namorada morta.
Dias antes, próximo ao local, o celular da jovem foi encontrado. O ex-PM alegou, segundo a polícia, que a jovem morreu com um tiro acidental no rosto, mas a polícia questiona a versão. Ele foi preso em 31 de outubro e permanece até então.
TERESINA