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Justiça inicia julgamento de P

Justiça inicia julgamento de PMs acusados de matar menina de 9 anos em abordagem.

Publicada em 10 de Abril de 2018 �s 09h50


A Justiça marcou para esta terça-feira (10) os depoimentos dos dois policiais acusados de matar a menina Emilly Caetano, durante uma abordagem na Zona Leste de Teresina. Esta audiência é a primeira fase de instrução, na qual será definida se os militares vão a júri popular.

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Os dois policiais militares serão ouvidos nesta terça-feira (10) no Fórum Criminal de Teresina. Além deles, a justiça vai ouvir os pais de Emily, as testemunhas de acusação e as de defesa.

Emilly foi assassinada com dois tiros nas costas durante uma abordagem de policiais do 5º Batalhão da Polícia Militar na noite de Natal. Os pais da menina também foram atingidos, mas sobreviveram. O pai perdeu a audição de um dos ouvidos. A garota chegou a ser socorrida e encaminhada ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT), mas não resistiu aos ferimentos. Depois de efetuar os disparos, os policiais recolheram as cápsulas de bala, tentando modificar a cena do crime.

"Todo crime doloso contra a vida, a exemplo do homicídio da Emily, é de competência do Tribunal Popular do Júri. O procedimento é dividido em duas fases. A primeira fase feita por um juiz singular serve para verificar se as pessoas que estão sendo acusadas têm indícios de autoria, que a conectam as práticas dos fatos. Confirmado isso,o juiz submete os acusados a segunda fase, em que eles serão julgados pelo plenário", explicou o advogado da família, João Marcos Parente.

Segundo advogado, o exame de microcomparação balística comprova que todos os disparos foram praticados pelo soldado Aldo Barbosa Dornel. Contudo, a primeira audiência irá verificar se o cabo Francisco Venício Alves também teria participado ou não do crime.

O soldado Aldo, apontado como autor dos tiros que mataram Emily, continua preso, ele foi denunciado por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e fraude processual, por ter reconhecido as cápsulas. Já o cabo Francisco Vinícius está em liberdade e vai responder apenas pelo crime de fraude processual.

Família pede justiça
Quatro meses depois, os sentimentos de agonia, revolta, saudade e desejo de justiça envolvem a família de Emilly. O pai da garota, Evandro da Silva Costa, está desde o dia do acidente sem trabalhar como músico, porque perdeu a audição de um ouvido.

"Eu tive traumatismo cranioencefálico, que faz com a pessoa tenha esquecimento e isso tem me atrapalhado muito para trabalhar. Estamos querendo que a justiça seja feita, porque não teve motivo algum para eles [policiais] metralhassem o nosso carro. A partir do momento que eles começaram a perseguir a gente e depois do segundo semáforo pararam atrás do nosso carro, eles perceberam que era família. Mesmo assim atiraram, trataram mal a minha esposa e empuraram minha outra filha", declarou Evandro.

Para Daiane Kely Costa, o sentimento é de saudade da filha. "Cada dia que passa a saudade aumenta, a gente vai caindo a ficha. Quando acontece a gente não quer acreditar. É uma tristeza muito grande", contou.

A família da menina Emilly Caetano entrou, mês passado, com pedido de indenização por danos morais e materiais ao estado. A petição foi encaminhada para o 2º Vara dos Feitos da Fazenda Pública e o valor da ação estipulado em cerca de R$ 5 milhões.


No pedido de indenização, o argumento é que o estado do Piauí foi o responsável pela morte da garota, por ter permitido que o soldado Aldo Luís Barbosa Dornel mesmo tendo reprovado no exame psicológico continuava na corporação, armado, nas ruas e em contato com a população.

TERESINA
Tags: Justiça inicia julga - A Justiça marcou par

Fonte: globo �|� Publicado por: Claudete Miranda
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