A juíza Cássia Lage de Macedo, da Central de Audiência de Custódia de Teresina, converteu em preventiva as prisões dos seis suspeitos presos por incendiar cinco ônibus em Teresina. As prisões em flagrante ocorreram durante a operação na Vila Mocambinho, Zona Norte da capital, na terça-feira (18).
Os seis suspeitos são: Matheus de Sousa Santos, Victor Vieira Rocha, Eric Reyjan Pavão Reis, Rodrigo Gregório da Costa. João Pedro de Sampaio Alvarenga e João Pedro Alves. Eles serão encaminhados de imediato para o sistema prisional.
"Diante do justo receio de que, em liberdade, cause risco à ordem pública", justificou a magistrada.
De acordo comandante da Polícia Militar do Piauí, coronel Scheiwann Lopes, os incêndios aos ônibus foram uma 'retaliação' a ação policial, que resultou na morte de dois jovens durante confronto com os policiais. O coronel afirmou que os mortos durante confronto eram integrantes do grupo criminoso envolvido no atentado contra o coronel Maurício de Lacerda.
Na decisão desta quinta-feira (20), a juíza explicou que o decreto de prisão preventiva atende a representação da autoridade policial, com parecer do Ministério Público. Segundo ela, consta nos autos, que os autuados agiram em concurso, a mando da facção criminosa, como uma forma de represália ao estado, em razão da morte de dois integrantes daquela facção, os quais teriam sido mortos em uma troca de tiros com a Polícia Militar do estado do Piauí, após uma tentativa de latrocínio de um coronel da polícia supostamente praticado pelos indivíduos que vieram a óbito.
"Nesse sentido, denota alta periculosidade social dos autuados, que são, em tese, vinculados à organização criminosa”, com divisão de tarefas, indicando o sr. Matheus, com posição de destaque, conhecido como 'geral' do estado do Piauí e João Pedro como 'disciplina'", destacou.
Ao todo, 11 pessoas foram presas durante a operação do Departamento de Combate a Organizações Criminosas (Draco), da Polícia Civil, na terça-feira (18). Desses, 5 dos presos estavam sendo monitorados pelo Draco e tinham mandados de prisão, e 6 são ligados diretamente aos incêndios dos ônibus.
Segundo o coordenador do Draco, Charles Pessoa, um vídeo que mostra alguns dos criminosos ateando fogo em um dos ônibus ajudou para a identificação dos autores dos incêndios.
"Alguns dos criminosos que aparecem no vídeo foram presos na operação de hoje. Outros ainda não foram localizados", informou.
Os presos envolvidos nos incêndios aos ônibus, segundo a Polícia Civil, são:
João Pedro de Sampaio Alvarenga: participou do incêndio aos ônibus.
Erick Reyjan: participação no roubo de veículos, tentativa de latrocínio e incêndios aos ônibus.
Victor Vieira Rocha: participação do roubo de um veículo, tentativa de latrocínio e do incêndio aos ônibus.
João Pedro Alves: participação no incêndio aos ônibus.
Rodrigo Gregório da Costa: participação no roubo de um veículo e do incêndio aos ônibus.
Matheus de Sousa Santos: mandante do incêndio aos ônibus.
Além das prisões, as polícias apreenderam carros roubados, drogas, armas de fogo e galões de combustível que teria sido usado para iniciar o incêndio nos ônibus. Entre os veículos, está o carro que teria sido utilizado na tentativa de assalto ao coronel Maurício de Lacerda.
Jovens mortos em confronto
José Nilton de Sousa e Samuel Magno, ambos de 27 anos, morreram na tarde desta segunda-feira (17) foram mortos durante troca de tiros com a PM. Segundo o diretor de Inteligência da PM-PI, coronel Jacks Galvão, os policiais estavam em diligência quando os suspeitos atiraram contra a guarnição. Durante a ação, os dois homens foram baleados e não resistiram, morrendo no local.
Os corpos foram colocados na carroceria da viatura e encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML). Familiares dos dois mortos foram até o local e reclamaram da ação policial.
A mãe de José Nilton, Raimunda Maria, declarou que o filho não era criminoso e sabe o motivo pelo qual ele estava na rua onde houve o confronto com os policiais.