O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato na primeira instância, aceitou nesta segunda-feira (15) mais uma denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra nove pessoas por suspeita de participação em crimes como corrupção, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Os acusados são ligados à OAS e à MO Consultoria, além do doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
O MPF do Paraná apresentou na quinta-feira (11) denúncia contra 36 investigados na sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal para investigar lavagem de dinheiro e evasão de divisas. As investigações resultaram na descoberta de um esquema de desvio de dinheiro e superfaturamento de obras da Petrobras. Na sexta-feira (12), o juiz Sergio Moro aceitou denúncia contra nove pessoas, dentre elas, quatro executivos da construtora Engevix.
Nesta segunda, Sérgio Moro aceitou denúncia contra os seguintes suspeitos de participação no esquema: o doleiro Alberto Youssef, suspeito de liderar o esquema de corrupção; o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa; o dono da MO Consultoria, Waldomiro de Oliveira; João Alberto Lazzari, representante da OAS; Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da área internacional da OAS; Fernando Augusto Stremel Andrade, funcionário da OAS; José Adelmário Pinheiro Filho, presidente da OAS; José Ricardo Nogueira Breghirolli, apontado como contato de Youssef com a OAS; Mateus Coutinho de Sá Oliveira, funcionário da OAS.
Como Sérgio Moro aceitou a denúncia, os investigados passam à condição de réus no processo. Segundo o Ministério Público Federal, das 36 pessoas denunciadas, 23 são ligadas às empreiteiras Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, OAS e UTC.
Além dos 36 denunciados na primeira leva, o MPF apresentou novas denúncias nesta segunda contra o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, o lobista Fernando Soares – conhecido como Fernando Baiano –, e o executivoda Toyo Setal Júlio Camargo. Além destes, o doleiro Alberto Youssef voltou a ser denunciado.
Quem são os suspeitos que já se tornaram réus nesta primeira ação da Lava Jato:
Alberto Youssef, doleiro, acusado de chefiar o esquema de corrupção
Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
Waldomiro de Oliveira, dono da MO Consultoria
Carlos Alberto Pereira da Costa, representante formal da GFD Investimentos, pertencente a Alberto Youssef
Enivaldo Quadrado, ex-dono da corretora Bônus Banval, que atuava na área financeira da GFD
Gerson de Mello Almada, vice-presidenteda empreiteira Engevix
Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor da Engevix
Newton Prado Júnior, diretor da Engevix
Luiz Roberto Pereira, ex-diretor da Engevix
João Alberto Lazzari, representante da OAS
Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da área internacional da OAS
Fernando Augusto Stremel Andrade, funcionário da OAS
José Adelmário Pinheiro Filho, presidente da OAS
José Ricardo Nogueira Breghirolli, apontado como contato de Youssef com a OAS
Mateus Coutinho de Sá Oliveira, funcionário da OAS.
Entenda a Lava Jato
A operação Lava Jato começou investigando um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. A investigação acabou resultando na descoberta de um esquema de desvio de recursos da Petrobras, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef, apontado como chefe do esquema, e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
A sétima fase da operação policial, no mês passado, teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras em um valor total de R$ 59 bilhões.
Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, foram expedidos na sétima etapa da operação 85 mandados em municípios do Paraná, de Minas Gerais, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Pernambuco e do Distrito Federal.
Conforme balanço divulgado pela PF, além das 25 prisões, foram cumpridos 49 mandados de busca e apreensão. Também foram expedidos nove mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a ir à polícia prestar depoimento), mas os policiais conseguiram cumprir seis.