Julgamento do mensal�o teve 80% de decis�o pol�tica, diz Lula

Publicada em 28 de Abril de 2014 �s 07h08

O ex-presidente Lula, em entrevista à RTP, ao afirmar que indicou 6 ministros que julgaram o mensalão no STF Imagem: Reprodu��o/RPTO ex-presidente Lula, em entrevista � RTP, ao afirmar que indicou 6 ministros que julgaram o mensal�o no STF Em uma de suas poucas manifesta��es p�blicas ap�s o fim do julgamento do mensal�o, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva disse que as decis�es do Supremo Tribunal Federal no processo foram, em sua maior parte, pol�ticas e n�o jur�dicas. A afirma��o foi feita numa entrevista realizada na �ltima sexta (25) � TV portuguesa RTP e publicada neste domingo (27) no site da emissora. Lula falou sobre o caso quando indagado sobre o impacto do esc�ndalo sobre a campanha pela reelei��o da presidente Dilma Rousseff e sua pr�pria popularidade. Ele negou a exist�ncia do esquema, que segundo o STF, consistiu na compra de apoio pol�tico no Congresso no in�cio de seu governo, entre 2003 e 2005. saiba mais Minist�rio P�blico pede manuten��o do mensal�o mineiro no STF Mensaleiro � suspeito de fraude STF retoma julgamento de recursos que podem diminuir penas de mensaleiros. Roberto Jefferson vai cumprir pena em pres�dio de Niter�i Prazo para recursos de condenados do mensal�o termina nesta quinta Leia mais sobre Mensal�o "O mensal�o, o tempo vai se encarregar de provar, que o mensal�o, voc� teve praticamente 80% de decis�o pol�tica e 20% de decis�o jur�dica", disse. "O que eu acho � que n�o houve mensal�o. Eu tamb�m n�o vou ficar discutindo a decis�o da Suprema Corte. Eu s� acho que essa hist�ria vai ser recontada. � apenas uma quest�o de tempo, e essa hist�ria vai ser recontada para saber o que aconteceu na verdade", afirmou o ex-presidente. Lula disse que embora haja "companheiros do PT presos", disse que "n�o se trata de gente da minha confian�a". Entre os petistas presos, est�o o ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu, o ex-presidente do PT Jos� Genoino e o ex-presidente da C�mara Jo�o Paulo Cunha, todos quadros hist�ricos do partido fundado por Lula. Ele tamb�m disse que o "processo foi um massacre que visava destruir o PT, e n�o conseguiram". Na a��o penal, Lula n�o foi denunciado pela Procuradoria-Geral da Rep�blica, que n�o encontrou ind�cios para acus�-lo de qualquer crime. O PT sempre negou a exist�ncia de distribui��o de dinheiro para pol�ticos em troca de votos e alega que os pagamentos eram para honrar d�vidas de campanha de partidos aliados n�o contabilizadas. Elei��es e Copa Na entrevista, que durou quase 40 minutos, embora questionado, o ex-presidente evitou falar sobre as atuais dificuldades da presidente Dilma Rousseff no governo. Voltou a negar que ser� candidato do PT e demonstrou convic��o de que sua sucessora ser� reeleita em outubro. "Ela vai ganhar as elei��es, ela vai vencer", afirmou. "Eu vou ser cabo eleitoral da Dilma, eu vou para a rua fazer campanha para a Dilma. Eu n�o quero cargo pol�tico". Ele tamb�m comentou sobre a possibilidade de protestos durante a Copa do Mundo, que poderiam abalar a popularidade de Dilma, como ocorreu em junho do ano passado. "Deixa o povo ir para a rua, n�o tem nenhum problema. � um povo indo para a rua protestando e outro povo indo para a rua para ver o jogo [...] O que importa � que n�s temos que garantir tranquilidade para os jogadores. N�o � em qualquer momento que a gente pode receber no Brasil um Cristiano Ronaldo, um Leonel Messi, um Neymar. N�o � em qualquer momento que a gente pode receber essas figuras importantes", disse. Num dos momentos em que foi mais enf�tico na entrevista, Lula rebateu cr�ticas relacionadas ao custo da Copa e � defici�ncia do pa�s em infraestrutura, educa��o e sa�de que motivaram as manifesta��es de junho do ano passado. Ao enumerar uma s�rie de conquistas do governo petista, explicou que o "povo quer mais". "N�s n�o vamos conseguir em 11 e nem 15 anos resolver as mazelas e as responsabilidades de cinco s�culos. O dado concreto � que n�s conseguimos evoluir de maneira extraordin�ria", disse. Afirmou tamb�m achar "�timo" o povo querer mais, "porque quanto mais as pessoas reivindicam, mais n�s temos que fazer". Para Lula, n�o se faz a Copa do Mundo "pensando em dinheiro", referindo-se aos gastos. "A Copa � um encontro de civiliza��es. � a oportunidade que o Brasil tem de mostrar sua cara, do jeito que o Brasil �, com pobreza, com tudo o que o Brasil tem, mas com beleza tamb�m. � hora de o mundo ver o Brasil como �, colocar os p�s no ch�o do Brasil". Economia e pol�tica internacional Mais da metade da entrevista focou a situa��o econ�mica de Portugal e da Uni�o Europeia, ainda em crise. Ao falar sobre a rela��o comercial entre o Brasil e Portugal, Lula considerou uma "vergonha" o valor das transa��es entre os dois pa�ses, de cerca de 2 bilh�es de euros, "muito pouco", segundo ele. "Eu acho que o Brasil tem que olhar com muito mais carinho para Portugal e Portugal olhar com muito mais carinho para o Brasil", afirmou o ex-presidente, que tamb�m lamentou o fato de empres�rios chineses, e n�o brasileiros, terem comprado estatais portuguesas privatizadas. Questionado sobre a atual pol�tica externa brasileira, Lula negou que ela tenha deixado o "protagonismo" e uma "vis�o pol�tica global", como sugerido pela entrevistadora. "A pol�tica do governo � a mesma. A Dilma tem a mesma convic��o e a mesma for�a que eu tinha para a pol�tica internacional. Acontece que quando a Dilma assumiu a Presid�ncia houve um fortalecimento da crise econ�mica", justificou, dizendo que a preocupa��o da presidente passou a ser mais interna.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:

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