Familiares e amigos da professora Selene Veras Roque, assassinada com 26 facadas no início do mês de junho, realizaram um protesto nesta quarta-feira (25), dia em que se inicia o julgamento do ex-companheiro da professora, Raimundo Neto Pereira, de 32 anos, autor confesso do crime. Segundo a Companhia Independente de Policiamento Turístico (CIPTur), policiais militares serão enviados para o Fórum para garantir a segurança.
A audiência de instrução está marcada para iniciar às 12h30min, e definirá se o réu será julgado pelo Tribunal de Júri. Raimundo Neto Pereira fugiu após o crime, mas foi preso no dia 6 de junho, dois dias depois ao se apresentar na Delegacia de Luís Correia.
A manifestação percorreu as principais ruas da cidade de Luís Correia, onde a professora Selene morava. Carregaram cartazes que pediam justiça no caso de Selene e a intensificação do combate ao crime de feminicídio no Piauí.
“É um ato que busca diminuir o feminicídio, que tem se tornado muito recorrente não só no Piauí, mas em todo o Brasil. Isso não acontece só com mulheres pobres. Acontece também com mulheres ricas, de todas as classes sociais”, comentou a prima de Selene, Fernanda Roque Siqueira.
O ato foi acompanhado por Madalena Nunes, da Frente Popular de Mulheres Contra o Feminicídio. Para Madalena, o protesto é uma forma de mostrar para a sociedade a realidade de violência e opressão sofrida por diversas mulheres no Piauí e no Brasil.
“O sentimento da família é de tristeza e medo. Medo de que ele fique impune, pois todos nós sabemos que corremos riscos”, disse a prima de Selene.
“O caso da Selene é emblemático por que é desse jeito que eles matam: eles começam ameaçando, espancando, e vai intensificando essa opressão. Ao final eles matam as mulheres, de forma muitas vezes cruel”, disse Madalena.