Enquanto Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), responsável pela fiscalização do setor, mostra- se vacilante e pouco atuante em relação a má qualidade dos serviços das operadoras de telefonia celular no Piauí, na Comarca de Batalha o juiz Luis de Moura Correia é hoje um verdadeiro flagelo para os bancos que operam com empréstimos consignados e para as operadoras de telefonia móvel (celular) que habilitam linhas telefônicas sem ter capacidade técnica de prestar o serviço ao consumidor, ou prestam um serviço de má qualidade.
Somente no ano de 2011 o magistrado prolatou 2.034 sentenças na Comarca de Batalha, sendo 1.674 delas no Juizado Especial Cível e Criminal daquela cidade. Noventa por cento destas sentenças se referem a processos contra bancos, operadoras de telefonia e contra a Eletrobras Piauí e em mais de 80% deles os consumidores tiveram ganho de causa e receberam indenizações médias de R$ 5 mil, fora os valores das multas impostas pela não melhoria da qualidade dos serviços no caso das operadoras de telefonia e da Eletrobras Piauí.
“Eu não defendo o enriquecimento ilícito de ninguém, mas forçar a tomada de empréstimos com juros absurdos valendo-se da idade e da condição educacional do consumidor é uma prática inaceitável e ilegal, tanto que as Turmas Recursais têm confirmado nossas sentenças.
Outro caso recorrente é o das operadoras de telefonia que além de muitas vezes prestarem um serviço de má qualidade, não raramente, efetuam cobranças abusivas, muitas vezes geradas pela própria operadora, que obriga o consumidor a ligar várias vezes para o mesmo número para conseguir finalizar o diálogo com um terceiro, que é o objetivo de uma ligação telefônica.
Sem contar o ofertamento de planos claramente onerosos para o consumidor”, explica o juiz Luís de Moura.
Texto: João Carvalho