O juiz Eliomar Rios Ferreira aguarda há 115 dias, quase quatro meses, o resultado de exames de DNA para dar a sentença para os quatro adolescentes suspeitos de participar do estupro coletivo contra uma jovem de 17 anos em Bom Jesus, no Sul do Piauí. A última audiência de julgamento dos suspeitos foi realizada no dia 12 de julho e desde então o magistrado aguarda os laudos.
“Já falei com o Ministério Público para requisitar o laudo, mas até agra nada. Até o presente momento temos o depoimento dos médicos responsáveis pela perícia. Foi prometido o resultado (dos exames) há mais de um mês e nada”, disse o magistrado.
O delegado Aldely Fontineli, responsável pela investigação policial do caso, disse para o G1 que os exames foram requisitados, mas que ainda não foram realizados. “Esses exames são caros e quando pedimos, não quer dizer que eles são feitos de imediato. Dada a situação financeira do estado, isso aumenta ainda mais a demora. Mas a gente acredita que teremos uma resposta para esse mês de novembro”, disse o delegado.
O G1 tentou contato com o Ministério Público, mas ninguém foi encontrado para comentar a demora na realização dos exames.
Segundo denúncia do MP, no dia 21 de maio de 2016, uma jovem de 17 anos foi encontrada em uma obra abandonada em Bom Jesus, amarrada e amordaçada com a própria calcinha. Ela alegou que teria sido conduzida ao local e violentada por cinco rapazes. Populares socorreram a vítima. Quatro adolescentes foram apreendidos e um rapaz de 18 anos preso por suspeita de participação no crime. No entanto, após decisão judicial os menores foram liberados da delegacia.
Na denúncia e audiência de julgamento, o Ministério Público do Piauí pediu a condenação dos quatro por ato infracional análogo a estupro. Além deles, um homem de 18 anos foi denunciado pelo mesmo crime. Ele deverá ser julgado pelo crime de estupro de vulnerável, que tem pena prevista de 8 a 15 anos de reclusão.
Os advogados dos quatro adolescentes suspeitos de estupro coletivo afirmaram ao G1 que os jovens negam participação no crime, mas teriam visto a garota de 17 anos mantendo relação sexual (consentida) com o maior de 18 anos.
O juiz Eliomar Rios afirmou que a sentença só poderá ser dada após o recebimento dos laudos de DNA.