O juiz Antônio Noleto, da 1º Vara do Tribunal do Júri, colocou em liberdade os três homens presos suspeitos de envolvimento com a morte da estudante Fernanda Lages Veras. O relaxamento das prisões de José Francisco Feitosa, Francisco Vital dos Santos Júnior e Domingos Pereira da Silva Santos foi concedido nesta segunda-feira (17), acatando pedido dos advogados de defesa.
“Dei liberdade a todos”
A prisão temporária dos trabalhadores foi decretada na semana passada, a pedido da Comissão Investigadora do Crime Organizado (Cico). Eles três e o ajudante de pedreiro José Francisco Feitosa estavam nas obras do Tribunal Regional Eleitoral (TRT) e do Ministério Público Federal (MPF), cenário da morte da estudante.
Conforme argumentação dos advogados, os vigias e operários não se enquadram nas previsões legais para permanecerem detidos. A prisão temporária seria cabível apenas para pessoas acusadas de praticar delito. E no inquérito todos são tratados como testemunhas.
Nos bastidores, comenta-se que o juiz Antônio Noleto sentiu-se enganado pela Cico. O pedido de prisão dos vigiais e operários foi embasado em dois argumentos. O primeiro é que eles podem estar sofrendo algum tipo de pressão para acobertar fatos. O outro é que uma mancha de sangue com DNA masculino foi encontrada no parapeito do mirante de onde Fernanda foi jogada. Isso coloca pelo menos um homem na cena do crime.
Contudo, os advogados comprovaram ao juiz que seus clientes, mesmo encarcerados, continuaram a ser interrogados na condição de testemunhas, o que deixa as prisões sem fundamentação legal.