A agente da Polícia Civil do Piauí (PC-PI) Sarah Costa Silva, de 26 anos, tornou-se a primeira mulher do estado a concluir o Curso de Operações Policiais (COP) da instituição. A formação, considerada uma das mais difíceis da categoria, qualifica profissionais em aspectos físico, tático, ético e psicológico para atividades de alto risco.
A terceira edição do COP no Piauí contou com mais de 106 inscrições, inclusive de estados como Acre, Pará, Maranhão e Bahia. Desses, somente 30 policiais, considerados aptos, iniciaram o curso. E apenas 14 foram até o final.
A solenidade de formatura do III COP aconteceu na última segunda-feira (5), no auditório da Academia de Polícia (Acadepol), localizado no bairro Saci, Zona Sul de Teresina.
“O curso iniciado em 07 de novembro de 2022 teve duração de aproximadamente 30 dias. Ao todo, 14 agentes de segurança do Piauí e de outros Estados da Federação concluíram, sendo 13 homens e uma mulher”, informou a PC-PI.
Sarah revelou que o desejo de ingressar na profissão surgiu logo após finalizar o curso de engenharia civil na Universidade Federal do Piauí, em 2019. A jovem foi aprovada no último concurso da PC-PI e nomeada em junho deste ano.
“Durante a graduação, já percebi que não queria exercer a profissão de engenheira. Comecei a pensar e surgiu na minha mente a atividade policial, que é uma coisa que sempre admirei, sempre tive muito respeito. Tiveram concursos, comecei a estudar e, desde então, é a única coisa que passa pela minha cabeça”, comentou.
Na capacitação, profissionais puderam desenvolver a força física, o controle emocional e conhecimentos teóricos e práticos, por meio de noções de combate veicular e abordagem, algemamento, condução e escolta, e treinamentos de aquacidade (agilidade e ação na água).
“O COP, no âmbito da nossa Polícia Civil, é o curso que habilita policiais a estarem aptos para trabalhar na nossa unidade. É um curso em que o policial passa por diversos módulos, é habilitado em armamento e tiro, nas mais diversas armas e calibres, em luta policial, artes maciais. Foram mais de 800 disparos por aluno”, explicou o coordenador do curso Gustavo Nascimento.
Apesar do ambiente predominantemente masculino, Sarah diz não ter sofrido preconceito. Ao contrário, diz ter recebido muito apoio dos colegas de turma. E agora tem um único objetivo: “ser a melhor policial que puder ser”.
“Dentro do curso, a gente não é separado entre homem e mulher. Não existe sexo dentro do curso. Nós somos alunos, somos policiais forjados a quererem ser operadores. Existe uma irmandade entre o turno. O principal motivo de eu estar aqui hoje são meus irmãos”, declarou.
“A perspectiva do futuro é ser a melhor policial que eu puder ser. Tô habilitada a operar em situações de alto risco e vou operar”, concluiu.