Em um auditório pequeno, por isso lotado em Teresina, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT), condenado na primeira fase do escândalo político conhecido nacionalmente por Mensalão, a dez anos e dez meses, além de uma multa, ministrou palestra na noite desta quinta-feira (18) no Real Palace Hotel, centro da cidade.
A visita de Dirceu, segundo o próprio, é para mostrar feitos dos dez anos de governo petista no Brasil, com Lula e Dilma Roussef à frente do país na última década. Contudo, a peregrinação do político visa esclarecer fatos do julgamento do Mensalão. “Fui condenado sem provas pelo Supremo [STF] por desvio de verba pública, a verba da Visanet -marca envolvida no caso- é um incentivo da empresa, não é dinheiro público do Banco do Brasil como foi colocado”, disse Dirceu na entrada do Hotel.
Zé Dirceu conta que foi deputado por quatro vezes e que em nenhum dos mandatos sofreu processo por corrupção. “Militantes do PT em todo o Brasil me defendem, após o acórdão publicado pelo STF temos cinco dias para recorrer e vamos entrar com recursos, primeiro entraremos com o embargo declarativo e depois com o infringente”, comentou.
De acordo com a assessoria do ex-deputado, o Supremo tem dez dias para julgar o embargo declarativo, onde acontecerá uma nova votação sobre o caso, que depois de transitado e julgado é que a pena será executada. A assessoria fala sobre outros recursos dos quais o Zé Dirceu ainda pode dispor, como o pedido de revisão criminal, usado para apontar possíveis falhas no julgamento.
Após todo esse processo, o ex-ministro ainda pode recorrer à Corte Interamericana dos Direitos Humanos. “Lá eles não anulam a sentença do Supremo brasileiro, porém, podem recomendar que o Governo peça um novo julgamento”, informa a assessoria.
Após a passagem por Teresina, José Dirceu vai para Belém, depois Macapá e São Luís. Presentes no evento, os petistas Nazareno Fonteles, Assis Carvalho Wellington Dias da bancada federal piauiense, deputada Flora Izabel e a vereadora Rosário Bezerra.