Jos� Dirceu � indiciado na Ope

Jos� Dirceu � indiciado na Opera��o Lava Jato por quatro crimes.

Publicada em 01 de Setembro de 2015 �s 20h37

�A Pol�cia Federal (PF) concluiu nesta ter�a-feira (1�) dois inqu�ritos da Opera��o Lava Jato e indiciou 14 pessoas, entre elas o ex-ministro chefe da Casa Civil Jos� Dirceu, que est� preso na carceragem da corpora��o, em Curitiba, h� quase um m�s. Ele foi indiciado pelos crimes de forma��o de quadrilha, falsidade ideol�gica, corrup��o passiva e lavagem de dinheiro.
Na conclus�o dos inqu�ritos, o delegado da PF M�rcio Anselmo afirmou que h� "fartos ind�cios de que Jos� Dirceu de Oliveira e Silva e outras pessoas a ele relacionadas foram benefici�rios diretos de valores objeto de desvios no �mbito da Petrobras, apurados na Opera��o Lava Jato". A filha e o irm�o de Dirceu est�o na lista de indiciados.
Os indiciados nesta ter�a (1�):
- Jos� Dirceu de Oliveira e Silva: forma��o de quadrilha, falsidade ideol�gica, corrup��o passiva e lavagem de dinheiro
- Luiz Eduardo de Oliveira e Silva: forma��o de quadrilha, falsidade ideol�gica, corrup��o passiva e lavagem de dinheiro
- Camila Ramos de Oliveira e Silva: lavagem de dinheiro
- Roberto Marques: forma��o de quadrilha, corrup��o passiva e lavagem de dinheiro
- Julio Cesar dos Santos: falsidade ideol�gica, lavagem de dinheiro e forma��o de quadrilha
- Milton Pascowitch: forma��o de quadrilha, corrup��o ativa, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa
- Jos� Adolfo Pascowitch: forma��o de quadrilha, corrup��o ativa, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa
- Fernando Horneaux de Moura: forma��o de quadrilha, corrup��o passiva e lavagem de dinheiro
- Olavo Horneaux de Moura: forma��o de quadrilha, corrup��o passiva e lavagem de dinheiro
- Renato Duque: forma��o de quadrilha, corrup��o passiva e lavagem de dinheiro
- Jo�o Vaccari Neto: forma��o de quadrilha, falsidade ideol�gica, corrup��o passiva, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa
- Gerson Almada: corrup��o ativa e forma��o de quadrilha
- Cristiano Kok: corrup��o ativa e forma��o de quadrilha
- Jos� Antunes Sobrinho: corrup��o ativa e forma��o de quadrilha
O G1 tentou contato com os advogados de Jos� Dirceu e familiares, de Milton e Jos� Adolpho Pascowitch, de Renato Duque, de Jo�o Vaccari Neto e de Gerson Almada. Contudo, nenhum deles atendeu as liga��es.
Os advogados de Cristiano Kok, Jo�o Antunes Sobrinho, Fernando Horneaux de Moura, Olavo Horneaux de Moura Filho e J�lio Cesar dos Santos n�o foram encontrados.
Ao fim do documento, o delegado ressalta que trata-se de relat�rio parcial, e pede ao juiz S�rgio Moro, da primeira inst�ncia da Justi�a Federal, que os autos sejam devolvidos para que as investiga��es prossigam.
Afirma, ainda, que ficaram de fora do documento os dados apontados na dela��o de Milton Pascowitch envolvendo a Consist Software, uma vez que h� "ind�cios da participa��o de autoridade com prerrogativa de foro".
Pr�ximo passo
A partir da conclus�o do inqu�rito policial, o Minist�rio P�blico Federal (MPF) pode apresentar uma den�ncia � Justi�a Federal contra os indiciados pela PF.
Caber� ao juiz federal S�rgio Moro, respons�vel pelos processos da Lava Jato na primeira inst�ncia, aceit�-la ou n�o. Se aceita, os denunciados passam a ser r�us, respondendo pelos crimes na Justi�a. Veja aqui como � cada etapa de uma a��o criminal.

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Atua��o de Jos� Dirceu
Conforme a investiga��o da PF, o ex-ministro atuava no esquema atrav�s de dois caminhos. Um deles consistia no relacionamento com executivos das empresas Hope e Personal, terceirizadas de servi�os da Petrobras.
"Por terem sido 'apresentadas' � empresa por Fernando Moura e seu irm�o Olavo Moura, 'apadrinhadas' por Jos� Dirceu, o grupo passou a 'titularizar' uma parcela do faturamento dessas empresas, cujo pagamento era instrumentalizado por Milton Pascowitch", diz trecho da conclus�o do inqu�rito.
A outra frente de atua��o, segundo a PF, estava relacionada a empreiteiras com contratos com a Petrobras, como a Engevix, OAS, UTC, Odebrecht, Galv�o Engenharia e Camargo Corr�a. No inqu�rito, o delegado aponta que as empresas "teriam carregado vantagens il�citas, dissimuladas como 'servi�os de consultoria' para Jos� Dirceu, seja diretamente ou ainda por meio da Jamp Engenharia".

Sil�ncio
Na tarde de segunda-feira (31), por orienta��o da defesa, Dirceu ficou em sil�ncio durante depoimento � PF. Pela manh�, ele tamb�m n�o falou � CPI da Petrobras que, nesta semana, est� sendo realizada na capital paranaense para ouvir os presos investigados na Lava Jato.
Jos� Dirceu foi preso na 17� fase da Lava Jato, deflagrada no dia 3 de agosto. Segundo as investiga��es do MPF e da PF, Dirceu participou da institui��o do esquema de corrup��o da Petrobras quando ainda era ministro da Casa Civil, no governo de Luiz In�cio Lula da Silva.
At� ser preso na Lava Jato, o ex-ministro cumpria pris�o domiciliar na capital federal devido � condena��o na A��o Penal 470, conhecida como "mensal�o". Por esse motivo, a transfer�ncia dele para Curitiba precisou ser autorizada pelo ministro Lu�s Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.

Repetiu o esquema do mensal�o'
O ex-ministro "repetiu o esquema do mensal�o", de acordo com o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima. "N�o � � toa que o ministro do Supremo disse que o DNA � o mesmo. N�s temos o DNA, realmente, de compra de apoio parlamentar – pelo Banco do Brasil, no caso do mensal�o, como na Petrobras, no caso da Lava Jato."
Segundo ele, Dirceu foi "instituidor e benefici�rio do esquema da Petrobras", mesmo durante e ap�s o julgamento do mensal�o.
"Seu irm�o fazia o papel de ir at� as empresas para pedir esses valores", disse o procurador, afirmando que essa foi uma das raz�es para o novo pedido de pris�o de Dirceu.
Luiz Eduardo de Oliveira e Silva era s�cio de Dirceu na JD Consultoria, empresa suspeita de receber R$ 39 milh�es por servi�os que n�o foram feitos.
Conforme as investiga��es, o grupo de Dirceu recebia propina por meio da JD por contratos na estatal. O grupo tamb�m teria recebido valores il�citos em esp�cie de prestadores de servi�os da Petrobras – as empresas Hope (recursos humanos) e Personal (servi�os de limpeza).
In�cio do esquema
Segundo as investiga��es, Dirceu indicou Renato Duque para a diretoria de Servi�os da Petrobras e, a partir disso, organizou o esquema de pagamento de propinas. Duque � r�u em a��es penais originadas na Lava Jato. Segundo o procurador, Dirceu era respons�vel por definir os cargos no governo Lula. O nome de Duque teria sido sugerido pelo lobista Fernando Moura.
Na 17� fase da Lava Jato, os investigadores focaram em irregularidades de contratos com empresas terceirizadas, contratadas pela diretoria de Servi�os, que pagavam uma presta��o mensal para Dirceu atrav�s de Milton Pascowitch – lobista e um dos delatores da Lava Jato. Para o MPF, o ex-ministro enriqueceu dessa forma.
O juiz S�rgio Moro escreveu no despacho de pris�o de Jos� Dirceu que o ex-ministro "teria insistido" em receber dinheiro de propina em contratos da Petrobras mesmo ap�s ter deixado o governo, em 2005.

Tags: Jos� Dirceu � indici - A Pol�cia Federal

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Reda��o

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