O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, passou por uma nova cirurgia na noite desta quarta-feira (12), segundo o Hospital Albert Einstein, onde o candidato está internado desde sexta (7), após ser vítima de uma facada durante ato de campanha em MG.
O procedimento durou cerca de 1 hora e terminou por volta das 23h30. Segundo os médicos, a nova intervenção foi bem-sucedida e o candidato passa bem. Ele passou a madrugada sem náusea nem dores. Bolsonaro foi levado para o mesmo leito onde estava antes da cirurgia e voltou a ter o protocolo de cuidados de UTI. Um novo boletim médico deve ser divulgado por volta das 10h desta quinta.
Na noite de quarta, o hospital informou que o quadro clínico de Bolsonaro evoluiu para um quadro de "distensão abdominal progressiva e náuseas" e precisou passar por uma tomografia no abdômen. O exame identificou presença de aderência obstruindo o intestino delgado. Segundo o hospital, a solução do problema era cirúrgica.
Em uma das três perfurações sofridas no intestino delgado, formou-se uma fístula, um pequeno orifício, que provocou inflamação e gerou o quadro de aderência, que é uma obstrução intestinal.
De acordo com médicos especialistas, a aderência (ou a união de dois tecidos do corpo) ocorreu em decorrência da cicatrização interna em áreas que sofreram incisão cirúrgica, no caso, a realizada após a facada.
A aderência foi causada pela inflamação decorrente do trauma e dificultou a passagem de alimentos pelo intestino.
Na cirurgia, as fístulas foram suturadas e as aderências foram liberadas.
“Ele teve um corte, perdeu muito sangue, é normal que o intestino fique muito dilatado. Com o passar dos dias, vai melhorando. Provavelmente, piorou nas últimas 18 horas, o que levou a essa distensão, provavelmente uma alça intestinal se juntou, ficou muito próxima à outra, com um quadro que a gente chama de obstrução intestinal", disse Alfredo Guarischi, médico especialista em grandes cirurgias à GloboNews.
Pelo Twitter, o filho de Bolsonaro, Flavio Bolsonaro, se pronunciou sobre a nova cirurgia e disse que o estado de saúde dele ainda é grave.
O presidente do PSL, Gustavo Bebiano, disse que Bolsonaro vinha sentindo muitas dores desde terça-feira à noite e chegou a vomitar.
"Infelizmente, o capitão passou a noite ontem muito mal, em função da alimentação via oral que foi reiniciada. Passou o dia muito mal hoje, muito enjoado, com muitas dores no abdômen", disse Bebiano. "Os médicos estranharam um pouco porque, até aqui, o quadro, apesar de ser grave, ele vinha enfrentando de uma maneira muito positiva".
Carlos Bolsonaro, outro filho do candidato, lamentou a necessidade da nova cirurgia e disse que provavelmente a alta, prevista para daqui a 7 ou 10 dias, terá que ser adiada.
Bolsonaro sofreu um atentado na última quinta-feira (6) e foi atingido por uma facada durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Ele precisou passar por cirurgia após sofrer lesões nos intestinos delgado e grosso e foi encaminhado para o hospital em SP no dia seguinte.
Visita de ministro
Nesta quarta, o candidato recebeu a visita do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen. Segundo a assessoria de Etchegoyen, o ministro veio a São Paulo na terça para uma agenda privada e decidiu ver o candidato.
O general não falou com a imprensa. A assessoria do GSI não informou o que foi conversado, mas afirmou que se tratou de uma visita de cortesia. O Palácio do Planalto confirmou que o ministro levou uma mensagem do presidente Michel Temer (MDB) desejando pronta recuperação.
Na manhã de quarta, Bolsonaro participaria da série de entrevistas do G1 e da CBN com os presidenciáveis, mas, por causa da internação, ele não pôde comparecer ao estúdio da rádio em São Paulo.