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Israel elege presidente conservador

Publicada em 10 de Junho de 2014 �s 14h46


O Parlamento israelense elegeu nesta terça-feira, em segundo turno, o conservador Reuven Rivlin, do Partido Likud, como 10º presidente de Israel, em substituição ao chefe de Estado Shimon Peres, anunciou o presidente da câmara. Yuli Edelstein, presidente da Knesset, anunciou que Rivlin venceu com 63 votos seu adversário, o centrista Meir Sheetrit, que recebeu o apoio de 53 dos 120 deputados do parlamento. "Acho que os deputados ouviram o sentimento do povo", declarou o presidente eleito à televisão estatal, referindo-se às pesquisas que há semanas o apontavam como vencedor. Rivlin, conhecido pelo caráter afável e por seu extravagante senso de humor, faz parte da ala mais radical do Likuk e rejeita a criação de um Estado palestino e apoia a política de colônias nos territórios palestinos ocupados. Advogado de profissão e com 74 anos, também é famoso por sua defesa da democracia e dos direitos civis, que lhe valeram o respeito da esquerda e, inclusive, da minoria árabe israelense. Duas vezes presidente do Parlamento, ele substituirá Peres, que, com seu carisma e popularidade, aproveitou os sete anos de mandato para promover uma mensagem a favor da paz. Os outros três aspirantes à presidência, o Nobel de Química Dan Shechtman, a ex-presidente do Parlamento Dalia Itzik e a ex-juíza do Tribunal Supremo Dalia Dornerm, foram eliminados na primeira votação. Um sexto candidato inicial, o trabalhista Binyamin Ben Eliezer, teve de se retirar da disputa por acusações de corrupção. Os analistas consideram que a saída de Peres implicará uma mudança de rumo na presidência, que priorizará os assuntos internos do país e não a política internacional. "Rivlin não será o presidente do Estado de Israel, e sim da "Grande Israel". Aproveitará o cargo de presidente para fazer avançar a colonização na Cisjordânia", lamentou recentemente um analista do jornal de esquerda Haaretz. Mudança de rumo Apesar de suas diferenças públicas, Rivlin recebeu finalmente o apoio do primeiro-ministro e companheiro de partido, Benjamin Netanyahu, que havia tentado convencer o Prêmio Nobel da Paz e sobrevivente do Holocausto Elie Wiesel a se candidatar para o cargo contra ele. A função de presidente é basicamente protocolar em Israel, já que o poder executivo está nas mãos do chefe de Governo. Apesar disso, Shimon Peres, de 90 anos, soube utilizar seus sete anos de mandato para promover uma mensagem a favor da paz e em várias ocasiões rompeu sua neutralidade institucional a ponto de ser visto como o único opositor de Netanyahu. "A eleição do décimo presidente israelense anuncia uma mudança de rumo na presidência, que passará da política internacional aos assuntos internos", previu, antes da votação, o jornal Haaretz. Peres, que deixará a presidência no final de julho, expressou a todo momento sua opinião em questões sensíveis como o processo de paz com os palestinos, as relações estratégicas com seu aliado americano ou o programa nuclear iraniano. Nesta linha, o Nobel da Paz 1994 acusou publicamente no mês passado Netanyahu de ter feito fracassar, em 2011, o acordo de paz negociado em segredo com os palestinos. "Temos que assumir que o próximo presidente não será como Peres. A presidência voltará a sua função natural, de representação e protocolar", afirmou o respeitado analista Nahum Barnea.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:
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