Um iraniano acusado de assassinar um cientista por interesse de Israel foi sentenciado à pena de morte, informou neste domingo a agência de notícias oficial do Irã, IRNA.
Majid Jamali-Fashi foi considerado culpado por assassinar Massoud Ali-Mohammadi em janeiro de 2010, no primeiro de vários ataques a cientistas que, segundo o Irã, foram realizados por inimigos que desejavam impedir que o país desenvolvesse tecnologia nuclear.
A promotoria disse que Jamali-Fashi viajou para Israel para receber treinamento do Mossad, o serviço secreto do país judaico, e que ele ganhou 120 mil dólares pelo assassinato.
Um porta-voz judiciário disse à IRNA que o homem foi condenado à morte por "realizar guerra contra Deus" e por ser "corrupto na Terra", ambos crimes capitais na Lei Islâmica que se aplica no Irã.
Embora a IRNA tenha descrito Ali-Mohammadi como cientista nuclear, um porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã disse nos dias posteriores à morte que ele não tinha papel algum nas atividades da entidade.
Um site da oposição iraniana afirmou na época que Ali-Mohammadi era um partidário da oposição e que apoiou o candidato moderado Mirhossein Mousavi nas polêmicas eleições de junho de 2009, sugerindo que haveria outros possíveis motivos para a sua morte.
Onze meses após a explosão da bomba que matou Ali-Mohammadi enquanto ele ia para o trabalho, outros dois cientistas foram atacados.
Majid Shahriyari, que segundo autoridades participou dos maiores projetos nucleares do Irã, foi morto, mas Fereydoun Abbasi-Davani sobreviveu e acabou escolhido como chefe da organização nuclear do país.
Washington negou qualquer envolvimento nos assassinatos, enquanto Israel nem sequer os comentou.