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Investigadores acreditam que Pezão usava recursos de contas de terceiros ou tem dinheiro vivo guarda

Publicada em 03 de Dezembro de 2018 �s 10h24


A Polícia Federal e a Receita Federal tentam encontrar parte dos recursos que teriam sido desviados pelo esquema de corrupção comandado pelo governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão. A análise de duas contas bancárias mostra que ele quase não sacava dinheiro delas. Investigadores dizem que isso leva a crer que ele usava recursos financeiros de contas de terceiros ou que tenha muito dinheiro vivo guardado.

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Ele foi preso na última quinta-feira (29) no Palácio Laranjeiras, residência oficial do chefe do Executivo estadual. Ele segue preso na Unidade Prisional da Polícia Militar em Niterói, na Região Metropolitana do RJ. A Justiça derrubou neste fim de semana o sigilo do pedido de prisão do governador.

'Documentação'
O doleiro Álvaro Novis, delator da Lava Jato, disse que entregou dinheiro para um assessor de Pezão, segundo o Ministério Público Federal. Em depoimento, ele disse que entregou dinheiro diretamente nas mãos de Luiz Carlos Vidal Barroso, o Luizinho, que trabalhava com Pezão e também está preso.

Para tentar provar o que contou na Justiça, Álvaro Novis entregou gravações das conversas entre um funcionário da corretora de valores dele e Luizinho, o assessor de Pezão. Em ligações, o funcionário diz a Luizinho que tem uma “documentação” para entregar. Segundo a investigação, este é o nome ao qual se referiam para falar sobre o dinheiro da propina.

O nome de Pezão aparece nas investigações desde o início da Lava Jato no Rio, de acordo com a PF. Mas era preciso apurar melhor esses supostos pagamentos. Os investigadores seguiram o caminho do dinheiro e concluíram que os repasses foram feitos em dinheiro vivo.

'Big Foot'
Nas planilhas de Álvaro Novis, o governador é chamado de 'Pé', 'Pé-grande', 'Big Foot' e 'Pezonne'. Ao lado dos codinomes, há valores entre R$ 50 mil e R$ 3 milhões.


Segundo o MPF, há provas documentais do pagamento em espécie a Pezão de quase R$ 40 milhões, em valores de hoje, entre 2007 e 2015. De acordo com o MPF, o valor é incompatível com o patrimônio declarado pelo emedebista à Receita Federal.

Pezão também foi gravado. Em uma conversa telefônica transcrita no pedido de prisão, ele promete intervir quando é comunicado por um político do Rio que o ex-governador Sérgio Cabral não atendeu a uma ordem de ficar de frente para a parede durante uma inspeção do Ministério Público Estadual no presídio de Bangu 8 no dia 24 de julho deste ano. Cabral se negou e disse que era detento e não preso.

Defesa nega acusações
O advogado do governador, agora preso, nega as acusações. "Ele não tem nenhuma movimentação vultosa ou sinais de riquza porque ele não tem riqueza. Ele tem um patrimônio modesto, compatível com os 36 anos de vida pública dele", afirmou Flávio Mirza.

Em nota, o advogado de Luiz Carlos Vidal Barroso, o Luizinho, que também está preso, diz que seu cliente "nunca foi destinatário ou portador de propinas para o governador Pezão".

A defesa de Luiz Fernando Pezão deve entrar com um pedido de liberdade para o governador no Supremo Tribunal Federal (STF) esta semana. E a Polícia Federal vai trabalhar na análise do material apreendido no dia da prisão dele. O objetivo é aprofundar as investigações sobre o patrimônio de Pezão e as conexões com Sérgio Cabral.

"O que ficou claro é que aquela prática que ocorria no governo do ex-governador se manteve atualmente. De fato, o que houve? Houve a mudança entre peças, houve a mudança de pessoas, houve a mudança de operadores que trabalhavam na organização criminosa e houve uma estruturação do modus operandi, pra que ficasse mais estruturado, mais complexo, pra que dificultasse ainda mais a atuação da Polícia Federal", destacou o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi.


Tags: Investigadores - A Polícia Federal

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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