A mãe de uma criança de apenas quatro anos suspeita de ter sofrido abusos sexuais pelo padrasto confessou o crime e disse que a intenção do casal era matar a vítima para resolver a situação no casamento, por a menina menina estava com três dias que não ingeria liquido e há quatro sem comer. A informação foi confirmada pelo coordenador do Grupo de Apoio à Vida (GAV), Miranda Neto, que acompanhou o depoimento da suspeita.
“A mãe disse que a intenção era matar a filha para eliminar um problema no seu casamento. A mulher informou que o padrasto da menina era inconformado por conta dela não ser sua filha e possuir problemas, ou seja, a criança é surda-muda. Nada justifica uma situação dessas”, afirmou.
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Criança é internada com suspeita de abuso sexual e pais são presos
Ainda de acordo com Miranda Neto, a mulher não nega a intenção de matar a filha, mas ao ser questionada sobre as lesões de violência sexual na criança, a mãe apresentou outra versão. “Ela relatou que as lesões foram causadas com o cabo de uma vassoura e que ela mesma que fez, tentando isentar o marido da culpa, mas isso é o que ela fala. Acreditamos que foi abuso sexual causado pelo padrasto e a mãe era conivente”, relatou.
Entenda o caso
Uma criança de quatro anos foi internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) na madrugada desta quarta-feira (9) com diversas lesões pelo corpo. De acordo com a polícia, a suspeita é de que a menina era constantemente maltratada e violentada sexualmente pelo padrasto e que a própria mãe era conivente com o crime. A família mora na Vila Santa Bárbara, Zona Leste de Teresina.
Segundo o conselho tutelar, a criança é surda e muda e possuía diversas marcas de maus tratos pelo corpo, inclusive nas partes genitais e que um laudo preliminar identificou que a violência era recorrente. A menina estava sem se alimentar regularmente há pelo menos quatro dias.
Pais presos
A polícia acompanhou o Conselho Tutelar e prendeu a mãe e o padrasto da menina ainda na casa. De acordo com o coronel Vicente Carlos, comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar, o casal foi preso pelo crime de lesão corporal, mas deve ser enquadrado pela prática de estupro de vulnerável após a confirmação da violência.
Ambos foram levados para a Central de Flagrantes, onde ainda permanecem presos. O caso está sendo acompanhado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e as investigações serão conduzidas pela delegada Tânia Miranda.
O Hospital de Urgência de Teresina (HUT) informou que o estado de saúde da criança é estável e que ela está consciente e orientada. A unidade confirmou que a menina possui escoriações pelo corpo e disse que os órgãos competentes foram acionados para comprovar a violência sexual. Material biológico já foi coletado para a realização de exames e os resultados são aguardados.