Os peritos criminais e médicos legistas do Piauí aderiram ao movimento "Operação Padrão" e exigem condições melhores de trabalho para liberarem os corpos do IML de Teresina. Segundo a categoria, um funcionário foi contaminado com Hepatite B ao manusear um cadáver.
De acordo com o presidente da Associação dos Peritos Criminais do Piauí, Carlos Belfort, o movimento não tem a intenção de iniciar uma greve, mas sim, chamar a atenção do governo do Estado para as reivindicações da categoria.
"A situação está complicadíssima no IML e no Instituto de Criminalística. Não temos segurança para manusear substâncias químicas, não temos equipamentos de proteção para testar armas e os médicos não têm como evitar contato com o sangue dos cadáveres. Por conta disso, um auxiliar de necrópsia foi contaminado com Hepatite B. Nós estamos expondo nossas vidas", explicou o presidente da associação.
Por conta do movimento "Operação Padrão", os corpos estão demorando mais tempo para serem liberados do IML. "Estamos pedindo o mínimo e sem isso não dá para trabalhar", acrescentou Belfort.
O presidente afirma que as reivindicações estão sendo feitas há mais de dois anos e que o governo ainda não ofereceu propostas de negociação. Belfort disse ainda que há apenas 21 peritos e 18 médicos legistas em todo o Piauí quando, segundo a Associação Brasileira de Criminalística (ABC), seriam necessários pelo menos 620 peritos.
"Os salários são baixos e por isso não atraem profissionais aos concursos. No último certame, por exemplo, os aprovados para o cargo de médico legista ainda não estavam formados e o governo não pode convocar", finalizou.
Polícia Legal
A Polícia Civil realiza nesta manhã (2) uma assembleia geral em frente à Secretaria de Administração. Dentre as deliberações, será escolhida uma comissão de 10 policiais para a reunião com o secretário Paulo Ivan, marcada para 11h30.